domingo, 30 de agosto de 2009

Golpe pretendido por José Serra denunciado pela Folha de São Paulo


Deu na Folha de São Paulo:


O governo Lula proporá nesta semana uma nova Lei do Petróleo. O objetivo é mudar as regras para a exploração de cerca de 70% do petróleo descoberto na camada pré-sal.
Amanhã, segunda-feira, 31 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar os projetos do novo marco regulatório para o setor.
A intenção de Lula é aprovar essas regras no Congresso ainda no seu mandato, a fim de carimbar com legitimidade política e jurídica a forma como ele acha que essa riqueza deva ser explorada.
No entanto, o governador de São Paulo, José Serra, tem dito em conversas reservadas que as regras propostas por Lula poderão ser modificadas pelo próximo presidente da República. Ele, Serra, é hoje o principal potencial candidato do PSDB. Aparece como líder em todas as pesquisas sobre a sucessão presidencial de outubro de 2010.
O tucano chega a dizer que, aprovadas as regras propostas por Lula, elas poderiam ser alteradas por medida provisória pelo futuro presidente. Não há decisão tomada, mas Serra cogita mudar as regras, caso seja eleito.
O governador paulista tem simpatia pelo modelo atual, no qual a União, Estados e municípios recebem royalties. Há uma leilão das áreas a serem exploradas, e os vencedores pagam uma parcela ao poder público.
O eixo do projeto de Lula muda a forma de repartir a riqueza. O governo quer ser sócio do óleo cru extraído. É o formato de partilha. A ideia do atual governo é que a União fique com pelo menos 80% do óleo que for retirado dos campos onde há previsões de maior lucratividade e de menor risco. Parece sensato. É o modelo adotado por países que fizeram descobertas da magnitude da brasileira.

KENNEDY ALENCAR
colunista da Folha Online

Todos sabemos da preferência da Folha de São Paulo pelo José Serra. E é quem tem autoridade para dizer o que ele vai fazer quando assumir a presidência: entregar o pré-sal às empresas que devem ser as patrocinadoras de sua candidatura vinte minutos após ser empossado.

É como diz o sitio "Conversa Afiada", do Paulo Henrique Amorim: o Serra não é só golpista, mas também entreguista.

Sobre o assunto diz o Bernardo Joffily do portal Vermelho:

Que Serra tenha simpatias, é um direito. "É legítimo debater", escreve Kennedy. Mas um debate democraticamente submetido à sociedade, à cidadania e ao Parlamento, pode, depois de convertido em leis, ser revogado por uma simples canetada do – autopresumido – "próximo presidente da República"?

"É um debate legítimo", repete Kennedy. "O atual governo e o PSDB deveriam expor claramente quais são suas ideias sobre a forma de explorar o pré-sal. O debate está apenas começando do ponto de vista público. Os projetos de Lula vão sair do Palácio do Planalto para chegar ao Congresso Nacional. É uma riqueza imensa que está em jogo. É bom que cada ator político de peso revele suas verdadeiras intenções."

Tudo bem, é sensato esse raciocínio de Kennedy. Mas não "é bom" nem democrático que um dos atores cogite de tratorar o resultado do debate legítimo caso venha a empunhar a caneta capaz de assinar medidas provisórias.

Compreende-se e desculpa-se que Serra, como presidenciável da oposição, torça o nariz para o fato do pré-sal ter sido descoberto e estar tendo seus parâmetros de exploração no governo Lula. Afinal, lembra Kennedy, "é uma riqueza imensa".

Mas a hora de Serra expor o que defende para o pré-sal é agora, a partir desta segunda-feira, 31 de agosto, ou, se tiver pressa, no jantar com Lula esta noite no Palácio da Alvorada. De qualquer modo, é junto com a sociedade e o Legislativo. Não depois que o debate tiver se concluído. E nunca a canetaços de medida provisória – um recurso que em tese estaria à disposição de Lula, mas que este descartou por respeito à necessidade de discutir da forma mais ampla, democrática e exaustiva possível o que a nação deve fazer com a "riqueza imensa" do pré-sal.

Iniciada a discussão sobre a extinção do domínio

A Secretária Nacional de Justiça realiza, de 1º a 04 de setembro, no auditório Senador Antônio Carlos Magalhães do Interlegis, em Brasília, o Seminário Internacional de Extinção de Domínio. Meta de número 14, da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla) de 2005, a proposta visa potenciar a capacidade de recuperação de ativos, por meio da ação civil de perdimento de bens de origem ilícita - interrupção do gozo dos produtos obtidos.
 
A discussão sobre a Extinção de Domínio, no momento atual, demonstra que o sistema de medidas cautelares no processo penal, tais como seqüestro, arresto e indisponibilidade de bens precisam de aperfeiçoamentos. "Não adianta só prender e processar. É necessário, principalmente, cortar o fluxo financeiro dessas organizações,”esclareceu o secretário Romeu Tuma Júnior. 

A inovação do tema visa implementar ações mais modernas e eficazes com base em legislações comprovadamente bem sucedidas no México, Costa Rica, Colômbia e Equador, por exemplo. A ação civil possibilitará o perdimento, independente do trânsito em julgado da sentença penal. Os bens apreendidos de procedência ilícita passarão a pertencer ao Estado, para ajudar no financiamento contra o crime, como, por exemplo, a criação do cadastro nacional de bens apreendidos. 

"A iniciativa  não traz prejuízo pra ninguém. Se o acusado for absolvido no futuro, o dinheiro fica depositado, com juros e correção monetária", explicou o secretário. "É muito melhor do que prender alguém e ficar com o bem se deteriorando com o passar do tempo, como é o caso de um automóvel num estacionamento”. 

O evento internacional conta com apoio da Organização das nações Unidas (ONU), deve reunir mais de 300 pessoas e contará, em principio, com 20 palestrantes de vários países, incluindo os Estados Unidos e Itália, além de autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e judiciário do Brasil.

Projeto de Lei limita spread bancário

Está sendo proposto sistema de metas para o spread bancário. Os juros atualmente cobrados pelos bancos em outros tempos seria causa de cadeia, pois os bancos particulares se blindam em um truste que dilapida a economia, jogando no sanitário nosso dinheiro tão suado e tornando mais difícil a vida dos empreendedores.

Tal proposta consiste em um sistema de metas para o spread bancário, que vai funcionar nos moldes do sistema de metas de inflação administrado pelo Banco Central (BC). Os deputados petistas Pedro Eugênio (PE), Vignatti (SC) e Ricardo Berzoini (SP) são autores do projeto de lei (PL 5258/09) que cria o Sistema de Metas para a Margem Bancária (SMMB)

O objetivo é limitar o spread cobrado pelas instituições financeiras em operações de empréstimo para os clientes. Os deputados salientam que o spread brasileiro – que no texto recebe o nome de “margem bancária” – foi o maior entre 2000 e 2008 em um levantamento feito pelo Instituto para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) com 87 países.

Segundo a proposta, o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai fixar metas anuais para o spread, com base em proposta feita pelo ministro da Fazenda. As metas terão intervalo de tolerância para cima e para baixo, semelhante às metas de inflação, e levarão em conta as taxas de spread cobradas no País e no mercado internacional.

Poderá haver metas distintas para pessoas físicas e jurídicas. O texto exige ainda que o BC publique, a cada trimestre, o Relatório de Margem Bancária, abordando o desempenho de cada banco e os incentivos que serão aplicados. Os autores da proposta argumentam que a margem bancária praticada pelas instituições impede o acesso de milhões de pessoas aos bens de consumo.

Naturalmente que tal proposta virá seguida de uma nova "crise" patrocinada pelos que se sentirão ameaçados na manutenção da espoliação econômica à qual sempre se dedicaram e provocarão uma série de indignações. Então é bom ficarmos de sobreaviso quanto à nova crise que deverá ter a função de mobilizar a opinião pública para evitar a aprovação de tal iniciativa.

Erotismo: a busca masculina


Platão, no Banquete, em que nos apresenta Sócrates falando sobre o amor e sobre o desejo, descreve o nascimento de Eros:


"Quando nasceu Afrodite, os deuses banquetearam, e entre eles estava Poros (o Expediente), filho de Métis. Depois de terem comido, chegou Pínia (a Pobreza) para mendigar, porque tinha sido um grande banquete, e ela estava perto da porta. Aconteceu que Poros, embriagado de néctar, dado que ainda não havia vinho, entrou nos jardins de Zeus e, pesado como estava, adormeceu. Pínia, então, pela carência em que se encontrava de tudo o que tem Poros, e cogitando ter um filho de Poros, dormiu com ele e concebeu Eros. Por isso, Eros tornou-se seguidor e ministro de Afrodite, porque foi gerado durante as suas festas natalícias; e também era por natureza amante da beleza, porque Afrodite também era bela.


Pois que Eros é filho de Pínia e Poros, eis qual é a sua condição. É sempre pobre não é de maneira alguma delicado e belo como geralmente se crê; mas sujo, hirsuto, descalço, sem teto. Deita-se sempre por terra e não possui nada para cobrir-se, descansa dormindo ao ar livre sob as estrelas, nos caminhos e junto às portas. Enfim, mostra claramente a natureza da sua mãe, andando sempre acompanhado da pobreza. Ao invés, da parte do pai, Eros está sempre à espreita dos belos de corpo e de alma, com sagazes ardis. É corajoso, audaz e constante. Eros é um caçador temível, astucioso, sempre armando intrigas. Gosta de invenções e é cheio de expediente para consegui-las. É filósofo o tempo todo, encantador poderoso, fazedor de filtros, sofista. Sua natureza não é nem mortal nem imortal; no mesmo dia, em um momento, quando tudo lhe sucede bem, floresce bem vivo e, no momento seguinte, morre; mas depois retorna à vida, graças à natureza paterna. Mas tudo o que consegue pouco a pouco sempre lhe foge das mãos. Em suma, Eros nunca é totalmente pobre nem totalmente rico."


Penia é a personificação da pobreza, da carência. Etimologicamente provém de um verbo que significa "afligir-se", "trabalhar por necessidade", "esforçar-se com" e posteriormente também agrega os sentidos de "estar em dificuldade", "ser pobre". Penia em sua miséria ao ver Poros embriagado e adormecido desejou ter um filho com ele. Deitou-se ao seu lado e concebeu Eros.


Eros trará consigo as marcas dessa dupla gênese. De sua mãe Penia, cuja pobreza a define como eterna mendicante, ele herdará uma falta congênita e se esforçará sempre para obter aquilo que não tem, ou seja, vive sob o emblema de uma carência jamais preenchida, mas que se esforçará por compensar. Para isso herdou de seu pai Poros a astúcia e o expediente necessários para tentar conseguir aquilo que não possui.


Tratamos aqui da perda do "objeto" que nunca possuímos mas que buscamos eternamente. Um objeto desejado pelo sujeito que não o tem, que o completa e que o quer para si. E o mais interessante é que estamos tratando de uma carência, de uma perda onde o sujeito age com toda a astúcia para conseguir.


A perda da qual estamos tratando, trata-se do gozo total. Este gozo total pertenceria ao desejo pela mãe, interditado e castrado simbolicamente na estruturação do Édipo quando a criança desiste da mãe, da relação incestuosa com essa mulher que "pertence" ao Pai e que lhe é interditada pela Lei do Pai. Essa instância de interdição - o tabu do incesto - é introjetada simbolicamente pela criança como uma forma de castração e, imediatamente, na tese lacaniana, esse interdito que tem raízes antropológicas passa a ser denominado de "O Nome-do-Pai".


Ao introjetar essa Lei do Pai que proíbe o incesto com a mãe - seu objeto primário de desejo, de gozo total - a criança agora se inscreve na ordem cultural que emana desse Nome-do-Pai. Leis normativas que o definirão como um ser social que aceitou essa castração para se inserir na ordem da cultura e a quem faltará para sempre esse falo simbólico ao qual, miticamente, todas as fêmeas pertenceram um dia e que, agora, pertence ao pai que lhe interdita e o castra com relação à mãe e cujas funções ele procurará recuperar parcialmente por meio de "objetos a" metonímicos. O falo neste contexto será sempre o significante de uma falta. Nesse sentido é que se pode entender a frase de Lacan quando diz que a "relação sexual não existe". Realmente, como "relação total", como recuperação de um "gozo total", esta relação estará para sempre interditada ao masculino. Aqui a mulher se apresenta, radicalmente, como um "inteiramente outro" para o homem ao qual ele não teria acesso, uma vez que ela não participa dessa síndrome da castração original, não precisou introjetar uma perda simbólica abissal para se constituir como sujeito.


Assim, ouso dizer que o homem jamais chegará perto de uma mulher. Perto demais do feminino é sempre muito longe para o masculino. Eros nunca preencherá essa carência, seus objetos de desejo sempre lhe escaparão por algum furo, por algum vazio, por mais astúcia que utilize em sua captura. Somos seres desejantes destinados a incompletude, e é isso que nos faz caminhar. Temos esta carência do pequeno deus Eros pela voz de Sócrates quando retomou o tema do amor nos seus seminários. Perto demais do desejo é sempre longe demais. A mulher real é inatingível para o homem.


Nesta busca incessante, o homem, o sujeito, estará sempre a procura de seu objeto utilizando de toda a astúcia para conquistá-lo, nunca estando satisfeito e buscando sempre mais e mais. Mesmo que se dedique a um só objeto, dado o mistério e a impenetrabilidade que este mesmo objeto representa para ele, representará, metafóricamente, uma nova descoberta a cada vã tentativa de possuí-lo.




sábado, 29 de agosto de 2009

Mais dinheiro para enfrentrar a Influenza A H1N1


O combate à nova gripe ganhará mais recursos. O governo federal decidiu, na última quarta-feira (26), enviar ao Congresso Nacional uma Medida Provisória (MP) para liberação de crédito suplementar de R$ 2,1 bilhões para o enfrentamento da pandemia de Influenza A (H1N1). Com os recursos, o Brasil vai adquirir 73 milhões de doses da vacina contra a nova gripe, 11,2 milhões de tratamentos (cada tratamento tem dez comprimidos), equipamentos para hospitalização, material de diagnóstico e aumento do número de leitos de UTI. Também está prevista a capacitação de profissionais e ampliação dos turnos nas unidades de saúde.Do total das verbas previstas na MP, R$ 1,06 bilhão será usado na aquisição das vacinas contra a nova gripe. No primeiro semestre de 2010, o Ministério da Saúde (MS) vai distribuir 73 milhões de doses à população, o suficiente para imunizar 36,5 milhões de pessoas. Desse total, 33 milhões serão fabricadas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, único laboratório da América Latina com capacidade para produzir a vacina. O restante virá do Fundo Rotatório de Vacinas da Organização Panamericana de Saúde (Opas) e de empresas privadas.

Os 11,2 milhões de tratamentos contra a nova gripe representam um investimento de R$ 483,6 milhões. Eles serão distribuídos aos estados a partir de setembro deste ano. Parte da nova remessa, dois milhões de tratamentos, será produzida pelos laboratórios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, sob supervisão do Laboratório de Farmanguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As instituições militares receberão investimento de R$ 20 milhões em infraestrutura.

Atendimento - A capacidade de atendimento de pacientes em estado grave será ampliada, com o aumento do número de leitos de UTI e a compra de equipamentos como kits de respiradores e oxímetros, que avaliam agravamento de problemas respiratórios. Como as grávidas estão no grupo de risco na nova gripe, haverá ampliação de leitos de UTI Neonatal. Os estados receberão incentivos para ampliar os turnos das equipes de saúde da família, evitando a sobrecarga nas unidades de saúde, além de recursos para a atualização dos profissionais. O investimento total nessas áreas será de R$ 524,2 milhões.

Outros R$ 22,72 milhões estão destinados à compra de equipamentos de proteção, principalmente para profissionais de saúde, e material para o diagnóstico da nova gripe, como as embalagens para transporte de amostras infecciosas. Os exames estão sendo realizados nos três laboratórios de referência do MS para influenza - Instituto Evandro Chagas/PA, Instituto Adolfo Lutz/SP e a Fiocruz/RJ - e dois laboratórios centrais dos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul.

Fonte: Em questão - Secon

Juros menor - Crédito maior


A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas suas operações com pessoas físicas teve nova redução em julho, quando registrou 44,9% ao ano. Com o novo corte, a taxa permaneceu no menor valor desde dezembro de 2007, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira pelo Banco Central.

Para a compra de veículos, a taxa de juros cobrada pelos bancos permaneceu em 26,9% ao ano em julho, o mesmo patamar do mês anterior. A taxa registrada nos meses de junho e julho é a da série histórica do Banco Central, que começou a ser divulgada junho de 1994. Para o crédito pessoal, que inclui as modalidades voltadas diretamente para o consumidor (como crédito consignado, por exemplo) a taxa de juros de julho caiu para 44,8% ao ano e também é a mais baixa desde 1994, informou o BC.

O spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam e o que cobram pelos recursos emprestados), ficou em 26,8 pontos percentuais, o menor desde setembro do ano passado, quando ficou em 26,4 pontos percentuais. O spread bancário é composto pela taxa de inadimplência, pelo lucro dos bancos e por tributos, entre outros. Na avaliação de deputados petistas, a queda dos juros acompanha as reduções feitas pelo BC na taxa básica (Taxa Selic), além do aumento da oferta de crédito e a atuação mais agressiva do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. No caso dos juros básicos, a Selic iniciou 2009 em 13,75% ao ano e hoje está em 8,75% ao ano, após cinco reduções efetuadas pelo BC.

O volume de operações de crédito no Brasil cresceu novamente em julho e bateu novos recordes. O estoque total de dinheiro emprestado cresceu 2,6% no mês em comparação com junho e chegou ao valor inédito de R$ 1,311 trilhão. Nos últimos 12 meses a expansão foi de 20,8%.De acordo com informações da Agência Folha, houve crescimento de 7,8% no mês para o crédito direcionado, que inclui os financiamentos habitacionais e rurais, entre outros. O crédito com recursos livres teve expansão de 0,4%.

O número também foi recorde na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas, passando de 43,9% em junho para 45% registrado em maio. Esse indicador apresenta crescimento há 18 meses seguidos. O resultado levou o BC a rever a previsão para o nível de crédito no fim do ano de 45% para 47%.

Em relação aos novos empréstimos, as concessões acumuladas no mês ficaram praticamente estáveis em relação ao mês anterior. Houve queda de 1,5% no crédito para as empresas e alta de 2,5% nos financiamentos para o consumidor. Para agosto, dados parciais mostram uma expansão de 0,7% no crédito até o último dia 14. O crescimento foi de 1,4% para pessoa física; para as empresas, houve queda de 0,8%.

Fonte Secon

Cai juros de financiamento estudantil


O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou na última quarta-feira resolução que reduz a taxa de juros a ser aplicada nos novos contratos firmados com o Fundo de Financiamento ao Estudante de Curso Superior (FIES). O conselho reduziu a taxa para 3,5% ao ano. Antes, ela chegava a 6,5%. Segundo o assessor econômico do Tesouro Nacional, Mário Gouvêa, a medida não terá impacto fiscal.

Atualmente existem duas taxas que regem o Fies: 6,5% para os cursos em geral e 3,5% para licenciatura em cursos tecnológicos e medicina. Agora, todas os cursos terão a mesma taxa de 3,5%. “Em função no novo padrão da taxa de juros da economia brasileira, entendemos que é importante uma redução e equiparação do Fies a uma taxa de 3,5%, que contempla um incentivo importante para os alunos”, explicou o chefe da assessoria econômica do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt.

Qualidade
“Começamos a medir a qualidade da educação em 1995. Até 2001, ela só fez cair. A partir de 2003 inicamos uma reversão desses indicadores. O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2001 chegou a 3,5 - essa era a nota da educação brasileira. Hoje, estamos em 4,2. É bom? Tínhamos que ter uma nota azul para estar numa situação mais confortável, chegar à nota 5 ou, então, melhor ainda, 6, que é a dos países desenvolvidos no mundo. Mas sair de 3,5 para 4,2 já é um avanço.”

Conferência Nacional
“O governo Lula foi o primeiro governo que convocou uma conferência nacional para tratar da educação. Estão acontecendo conferências estaduais em todos os estados até o final deste ano, para a grande conferência de abril, que terá a tarefa de discutir todas as questões relacionadas à educação e projetar metas para a próxima década. Portanto em 2011/2020, temos que ter um novo plano nacional de educação e avançar ainda mais do que pudemos avançar nos últimos dez anos, ampliando o acesso à creche e à pré-escola, ao ensino médio, à universidade, garantindo um ensino fundamental de qualidade.”

Analfabetismo
Em relação ao analfabetismo de crianças e jovens, temos uma situação muito melhor do que no passado. Se tomarmos quantos jovens brasileiros chegam ao 15 anos analfabetos, vamos verificar que esse indicador é inferior a 2%, o que significa dizer que estamos próximos de fechar a torneira do analfabetismo. Nossa preocupação agora é fechar a torneira mais cedo. Garantir que as crianças cheguem aos 8 anos, no máximo, plenamente alfabetizadas. Para isso, criamos um instrumento chamado Provinha Brasil, que permite ao professor aferir as competências de leitura e compreensão das crianças, a partir dos 6 anos, e garantir que elas obrigatoriamente tenham que estar no ensino fundamental. Estamos com 1,5 milhão de jovens e adultos em sala de aula se alfabetizando neste momento, no maior programa de alfabetização da história do País.”

Fonte: Informes PT

Familiares das Vítimas do Voo Air France 447 recorrem a Procuradoria-Geral da República


A Associação dos Familiares das Vítimas do Voo Air France 447 entrou nesta semana, na Procuradoria-Geral da República, com pedido de abertura de inquérito criminal contra os possíveis responsáveis pelo acidente. O avião da companhia aérea francesa caiu no Oceano Atlântico, em maio deste ano, depois de sair do Rio de Janeiro com destino a Paris.

Segundo o diretor da associação, Nelson Faria Marinho, hoje todas as investigações estão sendo feitas pelas autoridades francesas. “A investigação ficou a cargo do DEA, órgão francês, e ninguém está acompanhando aqui [no Brasil]. Então, estamos pedindo às autoridades brasileiras que acompanhem essas investigações e criminalizem [os responsáveis], porque houve um crime”, disse.

Cópias do pedido de abertura da investigação criminal foram entregues à Presidência da República, ao Ministério das Relações Exteriores, à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e ao Congresso Nacional e também à Embaixada da França no Brasil.

Nelson Marinho também lamentou o fim das buscas à caixa-preta e aos corpos das vítimas. Das 228 pessoas que estavam a bordo do AF 447, apenas 51 corpos foram encontrados e identificados.

Acesso à iternet pela tomada


Os brasileiros poderão acessar a rede mundial de computadores pela tomada. A medida foi aprovada pela diretoria colegiada da Aneel na última terça-feira (25), e criou as regras. A decisão vai beneficiar 63,9 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica, interligadas por mais de 90 mil quilômetros de transmissão e distribuição, com as regras para o uso da tecnologia Power Line Communications (PLC). A efetiva implantação do sistema agora depende das empresas e distribuidores de energia, que devem apresentar os projetos.

Assim que implementado, o serviço de acesso à internet e a TV por assinatura será realizado por meio da rede elétrica - já presente em quase 100% das residências do Brasil. O prestador do serviço de PLC deverá seguir os padrões técnicos da distribuidora, o disposto em Resolução da Aneel e na regulamentação de serviços de telecomunicações e de uso de radiofrequências da Anatel.

A implantação e exploração do PLC não poderão comprometer a qualidade do fornecimento de energia elétrica para os consumidores e se houver necessidade de investimento na rede, o custo será de responsabilidade da empresa de telecomunicações.

O regulamento determina as condições para a utilização da infraestrutura das empresas distribuidoras de energia elétrica para implantação do sistema que permite a transmissão de dados por meio da rede de distribuição. A norma delimita o uso das redes elétricas de distribuição para fins de telecomunicações, garantindo a qualidade, confiabilidade e adequada prestação dos serviços de energia elétrica, gerando incentivos econômicos ao compartilhamento do sistema e zelando pela modicidade tarifária.

Economia - O emprego da tecnologia possibilita novos usos para as redes de distribuição de energia elétrica, sem que haja necessidade de expansão ou adequação da infraestrutura já existente. A economia representa a redução de custos aos consumidores, que serão beneficiados com a apropriação de parte dos lucros adicionais obtidos por meio da cessão das instalações de distribuição, o que poderá baixar as tarifas.

A Agência prevê que a apuração da receita obtida pelas concessionárias de energia com o aluguel dos fios para as empresas de internet será revertida para a redução de tarifas de eletricidade, nos termos de legislação específica estabelecida pela Aneel. Esse critério já é utilizado no aluguel de postes para passagem dos cabos da telefonia.

Embora seja utilizado o mesmo meio físico (as redes de distribuição de energia elétrica), a tecnologia permite o uso independente dos serviços e, portanto, a concessionária poderá também utilizar a infraestrutura do prestador de serviço de PLC para atender às suas necessidades e interesses.

Ao disponibilizar a sua rede de distribuição, a concessionária deverá dar ampla publicidade por um prazo mínimo de 60 dias para a manifestação dos interessados. A escolha do prestador do serviço deverá ser divulgada em até 90 dias após o pedido.

Por baixo dos panos - Acordo Entre Brasil e Vaticano


O instrumento leva as assinaturas dos ministros do Exterior da Santa Sé, D.Dominique Mamberto, e do Brasil, o chanceler Celso Amorim. Negociado sem um debate mais amplo e sem a divulgação adequada – apesar da comitiva de jornalistas que acompanhava o presidente, as notícias veiculadas sobre o assunto não detalharam aspectos do tratado –, o acordo, em tese, apenas regulamenta o funcionamento da Igreja Católica Apostólica Romana em território brasileiro. Mas também pode desencadear interpretações enviesadas e tendenciosas.

Submetido em fevereiro ao Legislativo na forma da Mensagem 134/2009, o documento deverá ser apreciado pelas Comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) e pela de Constituição e Justiça e de Cidadania – CCJC. No momento, o acordo aguarda a designação dos relatores responsáveis pelos pareceres em cada Comissão. Com 20 artigos, ele trata de diversos assuntos, incluindo amenidades como as relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Estado brasileiro e o reconhecimento mútuo de títulos e graduações acadêmicas. Mas alguns de seus trechos geram polêmica, como o que trata do ensino religiosos nas escolas e da natureza e conservação do patrimônio da Igreja e instituições católicas. Representantes de órgãos ligados à Igreja Evangélica já manifestam preocupação. “A proposta de ensino religioso, nos termos do Artigo 11 do acordo, contrapõe o princípio de laicidade do Estado”, aponta o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper).

Em manifesto, a entidade reclama que o conteúdo do acordo não passou por um debate público, aberto e transparente sobre as implicações poderia trazer à sociedade brasileira. “O processo democrático exige que as questões de interesse público sejam amplamente debatidas pela sociedade”, lembra o Fonaper. O fórum expressa maior preocupação em relação à parte que trata do ensino religioso. No entender do organismo, a menção específica ao ensino católico nos currículos escolares contraia a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.475), que estabelece que o ensino religioso deve ter caráter amplo, baseado nos princípios e valores comuns a toda as religiões “como forma de exercitar e promover a liberdade de concepções”. Para o Fonaper, a proposição poderia expressar uma concepção de ensino religioso a serviço das instituições religiosas – no caso, o catolicismo – e não da educação.

“Poderia a Igreja Católica transformar tal espaço em aulas de religião, para catequização e doutrinação religiosa?”, indaga o manifesto.

Além disso, o status do tratado confere à Igreja Católica uma representatividade que as demais confissões jamais terão, já que é ligada a um Estado estrangeiro. O Colégio Episcopal da Igreja Metodista também veio a público manifestar sua contrariedade com a iniciativa, em nota assinada pelo seu presidente, bispo João Carlos Lopes.

Lembrando que o direito à liberdade religiosa é um dos pilares das sociedades democráticas, o órgão denominacional denuncia que ele fere preceitos constitucionais relativos à separação entre a Igreja e o Estado e apela aos legisladores para que não referendem o acordo.

Patamar diferenciado – “Ratificar o acordo significará o Congresso Nacional alçar a Igreja Católica, por meio de um acordo internacional, a um patamar oficialmente diferenciado das demais religiões”, critica a professora Roseli Fischmann, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, uma vez aprovado pelo Legislativo, o texto – que chama de concordata entre um Estado laico, o Brasil, e um teocrático, o Vaticano – passa a integrar o direito brasileiro, “atropelando processos legislativos complexos como os que a ordem constitucional garante, tanto do ponto de vista processual da técnica legislativa, quanto das negociações políticas inerentes à democracia”.

A estudiosa lembra que o texto assinado busca justificação baseando-se, de um lado, nos documentos do Concílio Vaticano II e no Código Canônico, o que, no seu entender, pode representar uma regulamentação da esfera civil baseada em normas religiosas. “A Igreja Católica, como religião, tem direito de escolher a norma que quiser para regulamentar a vida de seus seguidores, mas estes também precisam ver respeitados seus demais direitos como cidadãos brasileiros, sendo que poderão invocá-los quando quiserem, sem restrições ou privilégios.”

Outro item polêmico do acordo binacional é o que versa sobre isenções fiscais para rendas e patrimônios de pessoas jurídicas eclesiásticas, mencionadas no artigo 15. É que existe uma grande preocupação sobre o uso da imunidade tributária das receitas das igrejas, e não apenas a Católica. Uma das cláusulas determina que imóveis, documentos e objetos de arte sacra integram o patrimônio cultural brasileiro, e que tanto a Igreja quanto o poder público passam a ser responsáveis pela sua manutenção. Em tese, o dispositivo abre brecha para que recursos públicos sejam investidos na conservação de bens de natureza privada. “Mais que estabelecer o território dos templos católicos como se tivessem imunidade diplomática, o acordo estende seu braço normativo e restritivo de direitos estabelecidos pela Constituição Federal ao conjunto da cidadania brasileira”, insiste Roseli.

Apontada pelo Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé como instância representativa do catolicismo nacional junto ao governo brasileiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defende que seu conteúdo não concede privilégios à Igreja Católica. Em nota divulgada logo após a assinatura do tratado, a CNBB afirma que ele “não concede privilégios à Igreja Católica nem faz nenhuma discriminação com relação às outras confissões religiosas”. A senadora Ada Mello (PTB-AL) também defende a constitucionalidade do tratado. Segundo a parlamentar, ele apenas “formaliza aspectos já vigentes no dia-a-dia do país”.

Na verdade, o documento firmado entre o Executivo brasileiro e o Estado do Vaticano não foi uma resolução nova.

Há alguns anos, a Santa Sé vem trabalhando para fazer com que o maior país católico do mundo firmasse o compromisso. O assunto foi discutido muitas vezes nos últimos anos dentro de vários ministérios em Brasília, visando à formulação do texto. O caráter sigiloso da matéria é que chama a atenção. De forma semelhante, em 2004, um tratado do gênero foi assinado entre o governo de Portugal, outra nação tradicionalmente católica, e o Vaticano.

Desde então, uma comissão paritária , com membros nomeados pelas duas partes, tem poder de decisão sobre assuntos nacionais, como o ensino religioso nas escolas públicas.
“Na medida em que o acordo contenha direitos e prerrogativas para a Igreja Católica, esperamos que o governo brasileiro os estenda, com naturalidade, às demais confissões, pois trata-se de preceito constitucional que não pode ser ferido”, defende o pastor Walter Altmann, presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Em uma carta pastoral, o dirigente avalia a substância do acordo quanto às suas consequências e repercussões em relação à liberdade de culto, ao ensino religioso nas escolas públicas e ao reconhecimento dos ministros religiosos. “São assuntos que dizem respeito não apenas à Igreja Católica, mas também às demais igrejas.

Nesse sentido, lamentamos que o acordo tenha sido elaborado, negociado e, por fim, assinado sem que tivesse havido uma troca de idéias e um diálogo com outras confissões religiosas, bem como com a sociedade em geral”, enfatiza a carta.

Repórter: Yuri Nikolai

Vi no http://cristianismohoje.com.br/

Publicado em ABBA

Robson Marinho pede extinção de inquérito


O conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Robson Marinho - alvo de inquérito civil por suspeita de ligação com o esquema Alstom, empresa francesa que teria corrompido autoridades brasileiras para garantir contratos com o Metrô de São Paulo nos anos 90 - requereu à Justiça extinção da investigação. Marinho alega que a Promotoria de Patrimônio Público e Social, braço do Ministério Público de São Paulo que combate improbidade, não tem competência para processá-lo. Tal atribuição, ele argumenta, seria exclusiva do procurador-geral de Justiça. Noticiou o jornal O Estado de S. Paulo.

Veja algumas considerações sobre o caso Alston

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Admirável mundo limpo

A vida é suja e para
limpá-la criamos leis que nos protejam das ameaças, que nos blindem dos perigos,
da doença, da contaminação

Não sou
fumante. Pelo menos não tecnicamente. Vez ou outra saco uma cigarrilha ou um
charuto do bolso numa roda com amigos, ou, às vezes, em noites longas e
solitárias pelas estradas do País, acendo um cigarro para, como diz um amigo,
filósofo de padaria e, este sim, um fumante convicto, "fazer pensamento". Não
vejo glamour em fumar, mas entendo a necessidade que alguns mortais têm de se
amparar em hábitos como o cigarro. Como nunca fui dado a vícios compulsivos (há
controvérsias!), sinto-me à vontade para discorrer imparcialmente sobre o
tema.



Leis que
interferem arbitrariamente no presumido direito do indivíduo são sempre
discutíveis. As discussões se dissipariam, caso a humanidade tivesse juízo. Mas
não tem. Se as pessoas nunca dirigissem bêbadas, não precisaria haver a Lei
Seca, isso é óbvio. Se todos os fumantes tivessem o bom senso de não fumar em
restaurantes, lugares fechados, na presença de crianças ou próximo demais de
qualquer pessoa, não haveria a necessidade da lei antifumo, isso também é
óbvio.





De todo
modo, mesmo não sendo da categoria "fumante", considero a nova lei um
grandessíssimo exagero. Agora caçam-se pessoas que fumam como se caçavam
comunistas nos Estados Unidos na era McCarthy; ou como se rastreavam
guerrilheiros nas encostas do Araguaia em tempos de ditadura militar no Brasil.
Mas... que crime hediondo terão cometido? Qual a origem de tamanha ira contra os
"fumadores"?



Até concordo
que fumantes são quase sempre inconvenientes. Não bastasse a impopular fumaça
que lançam nos pulmões alheios, ainda espalham baganas por todo lado, fazem
copos e pratos de cinzeiros, e, o que é pior, fazem móveis de cinzeiros,
causando aqui e ali pequenos desastres. Mas a polêmica lei contra o fumo é
apenas a ponta do iceberg - ou se preferirem, a ponta do fog - de problema bem
maior.



A questão é:
por trás dessa e de outras leis, no bojo dessa cruzada pela assepsia pública,
parece haver um desejo inconsciente (ou não!) da humanidade de sanear, de limpar
o mundo de tudo o que é torto, sujo, do que sugere desordem, desarmonia, como se
o mundo pudesse algum dia ser um lugar plenamente limpo e confortável, livre de
contágios e impurezas. Quando digo "limpar o mundo", isso inclui desde fumantes
até carros velhos, pessoas pobres, gente malvestida, atitudes "inadequadas" e
falas politicamente incorretas.



Das
virtudes, as bíblicas e louváveis, não se veem nem sombra. A ideia de virtude
hoje sugere mais uma indústria de bons modos e bem-viver - e toda a atual
propagada cultura de bem-estar, conforto e "civilidade" burguesa espelha esse
quadro irretocável, cuja moldura é a hipocrisia - do que uma verdadeira
inteireza moral. Talvez só Deus possa saber quão insuportável será um mundo
cheio de tantas (falsas) virtudes. Todas vãs.



O poeta
francês Baudelaire dizia algo como "o amor é sujo. Para desinfetá-lo, a
sociedade criou o casamento". Aderindo ao pensamento baudelairiano, poderia
dizer que a vida é suja e para limpá-la criamos leis que nos protejam das
ameaças, que nos blindem dos perigos, da doença, da contaminação. Enquanto isso,
indiferente às leis humanas, o vírus Influenza A avança, com a promessa funesta
de milhares de mortes. Entre baforadas bissextas, grito do convés aos marujos
limpinhos: Salve-se quem puder!



Zeca Baleiro é cantor é compositor

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

IPCA deve ter avanço de 4,32% em 2009, informa Boletim Focus


SÃO PAULO - A expectativa para a inflação oficial em 2009 foi alterada pela quarta semana seguida. Os agentes consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus esperam IPCA de 4,32% neste ano, abaixo da projeção anterior, de 4,37%. Para 2010, a estimativa relativa ao indicador foi mantida em 4,30%. Vale recordar que o centro da meta determinada pelo governo é de 4,5%.

Os analistas sondados esperam deflação para o IGP-DI e IGP-M em 2009, de 0,57% e 0,73%, respectivamente. No relatório anterior, a previsão era de decréscimo de 0,31% para o primeiro índice e de redução de 0,63% para o segundo. No IPC-Fipe, o prognóstico sofreu uma mudança leve, de 4,11% para 4,12% de avanço.

Em agosto, o IPCA deve ter alta de 0,23% e o IPC-Fipe, de 0,41%. Antes, as projeções eram de elevação de 0,26% e 0,40%, na ordem. Para o IGP-DI, a estimativa é de queda de 0,20%, em vez de um recuo de 0,04%. No IGP-M, o declínio esperado é de 0,37%, contra baixa de 0,29% projetada anteriormente.

(Valor Online)

domingo, 23 de agosto de 2009

Forjando a notícia


Tenho visto em diversos blogs a indignação sobre as mentiras da Dilma Rousef. Acredito na sinceridade daqueles que postam tal indignação baseadas nos órgãos de divulgação (que se dizem de informação) ao qual têm acesso. Tais órgãos têm clara a sua opção eleitoral e é muito dificil separar fatos de opiniões tendenciosas.

Exemplo disso foi a notícia veículada por estes órgãos com a afirmação de Marina Silva que o governo Lula era insensível à causa social. Quando ouvi isso na rádio pertencente ao grupo "O Estado de São Paulo", citando a notícia veiculada em "O Globo", pensei com os meus botões: "será que fizeram lavagem cerebral na Marina?". O jornal "O Globo" ontem, escondidinho publicou o desmentido de Marina sem o mesmo destaque.

A revista "Carta Capital" que está nas bancas investigou o embróglio Dilma X Lina tão repercutido nesta mesma imprensa e descobriu que no dia do famoso e repercutido encontro, no dia 19 de dezembro do ano passado, Dilma estava com Lula no Rio de Janeiro em um evento na Petrobrás e Lina embarcava para Natal. Também este fato, quando comprovado, será apagado do noticiário sem que se dê repercussão ao desmentido.

Em um trecho do editorial da Carta Capital, se faz alusão às análises das pesquisas eleitorais que, enquano afirma o estacionamento da candidatura Dilma, vaticina a retomada da "frenética fanfarra" de sua campanha.

Vejam que não é que não sejam noticiados fatos: tudo o que é publicado é fato. Só que os fatos são manipulados de forma tal que nossos inocentes blogueiros fiquem indignados e disseminem uma afirmação de alguém que não fica comprovada e, para a cuja não comprovação, não é dado o devido destaque.

No Blog do Júlio Falcão existe informação de que houve uma reunião de Serra (PSDB) com Agripino Maia (DEM) no dia 03 deste mês onde, supostamente, foi traçada algumas estratégias para a sua campanha. Estas estratégias a gente conhece desde a derrubada da candidatura de Roseana Sarney. E as tais estratégias ganham ampla repercussão dos tais órgãos de divulgação.

Por isso aconselho aos amigos blogueiros: não acreditem em tudo o que lêm, pois vocês podem estar multiplicando notícias forjadas.




sábado, 22 de agosto de 2009

Balanço de nossa sociedade e distribuição de lucros


Nem sempre aumento do faturamento significa aumento do patrimônio líquido. Depende muito de outros fatores, como custo dos investimentos para tal aumento.

O planejamento e a gestão da aplicação de recursos influencia nos resultados de uma empresa.

Investimentos podem significar aplicação de recursos em ativos de liquidez circulante ou não. Podem significar uma demasiada captação de recursos no passivo diminuindo a liquidez. A aquisição de imobilizados pode comprometer a circularização de recursos se não houver um efetivo retorno a tempo de se refletir na obtenção de recursos. A função da empresa é dar lucro aos seus investidores, assim compreendidos os sócios ostensivos ou anônimos conforme o tipo de sociedade institucionalizada por um contrato ou estatuto social.

A análise de um balanço se faz após um determinado período. E um investimento em um determinado projeto pode significar aumento ou diminuição do patrimônio líquido em um determinado período que pode variar. O lucro depende da aceitação pelo mercado do produto objeto de tal projeto.

Na política não é diferente. E a moeda utilizada para medir o retorno dos investimentos é o apoio e a satisfação popular. Apoio e satisfação popular envolve muitas nuances, já que o que está em jogo são interesses diversos e antagônicos. Existem as grandes empresas e empresários que têm o poder de manipular as informações que influenciam a opinião. Temos a distribuição dos benefícios sociais que são capazes de neutralizar os investimentos em formação de opinião, uma vez que nosso sistema eleitoral considera o voto da maioria sem distinção do poder aquisitivo de cada indivíduo.

Notamos pesados investimentos em angariar o apoio popular. De um lado, através da divulgação sistemática de crises e escândalos que obteve alto faturamento. De outro, através da distribuição de benefícios sociais que não alcançam a todos. Ainda não fechamos o balanço e não podemos fazer a análise dos resultados. Ao contrário de um empreendimento regido por um contrato ou estatuto social particular, somos acionistas de um contrato social público e abrangente: somos ao mesmo tempo investidores, vendedores e compradores. O produto deveria ser algo ao alcance de todos, a um preço que todos pudessem pagar e cujo lucro fosse suficiente para suportar o investimento que fazemos: nossa vida em sociedade.

Temos que pensar sériamente que nossa escolha afeta diretamente a cada um de nós como compradores, vendedores e acionistas signatários deste contrato social e que seremos diretamente afetados pelas escolhas que fazemos. Precisamos planejar nosso investimento na eleição da diretoria para que nosso lucro seja maximizado ao máximo com benefícios para cada um de nós.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Onde está Arthur Virgílio?


Arthur Virgílio, senador que estava sempre nas manchetes dos jornais dando opiniões sobre moralidade e combate aos desmandos do senado foi afastado da mídia só porque foi denunciado com participante do esquema.

Peçam para ele aparecer, pois estamos com saudades. Ou será que ele está sendo poupado pela mídia amiga?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

De quem será o pré-sal? A escolha é nossa



Uma reportagem do jornal americano The New York Times afirma nesta terça-feira que diante da descoberta do petróleo da camada pré-sal o governo do Brasil está tentando "se distanciar de mais de uma década de cooperação próxima com companhias petrolíferas estrangeiras e exercer mais diretamente seu controle da extração".

O jornal afirma que tal iniciativa seria parte de uma "motivação nacionalista" do Brasil para aumentar o lucro advindo de suas reservas naturais e "cimentar sua posição como potência global". O "New York Times" diz ainda que essa tentativa de exercer maior controle pode, entretanto, acabar retardando o ritmo de desenvolvimento daquelas reservas.

Significa dizer que os americanos estão de olho nas nossas reservas petrolíferas com uma série de argumentações rebatidas pelo presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, que diz que o governo tem razão para limitar a participação estrangeira.

O que o Brasil quer com o pré-sal é a utilização destas reservas para alavancar investimentos sociais, incluindo saúde e educação. E este objetivo só será alcançado se a Petrobrás for a detentora do direito de propescção das reservas.

Dependendo do futuro governo, o destino das reservas estará selado. Ou será gerido pelo Brasil a favor dos barsileiros ou ficará em mãos estrangeiras. Tenho certeza que se José Serra for o presidente, deixará de existir a Petrobrás e as reservas do pré-sal estarão em mãos estrangeiras.

Tudo depende de nós.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cresce o crédito habitacional



A Caixa Econômica Federal bateu, em agosto, recorde histórico de contratação habitacional superando todo o volume emprestado em 2008. Até o dia 12, os créditos já somam R$ 23,2 bilhões, ante os R$ 23 bilhões realizados durante todo o ano passado. Os recursos beneficiaram 455.156 famílias de todo o país. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 88% (R$ 12,3 bilhões).

No estado de São Paulo, até 12 de agosto, foram financiados 137.948 imóveis, no valor de R$ 6,7 bilhões, total superior ao contratado em todo o ano de 2008 no Estado. Em todo o ano passado foram R$ 6,54 bilhões em financiamento habitacional. Esse valor representava um incremento de 23 % no volume de recursos em comparação com 2007, quando foram contratados R$ 5,1 bilhões.


Bílbia - História das Escrituras

A Bíblia tem um sgnificado muito importante para nós, os ocidentais. A cultura, sociedade, filosofia, religião e legislação foram influenciados pelo nosso livro sagrado. Sem a Bíblia, não hoje seríamos hoje a sociedade que somos. Posso ousar dizer que nosso sistema social e jurídico são fundamentados na Bíblia, fonte dos conceitos morais e éticos que nos norteiam.

Mas a Bíblia foi compilada durante séculos. Antes disso, existiam livros que eram adotados por diversas congregações em diversos locais e por diversos líderes. Isto até que Constantino, o grande, adotasse o cristianismo e a Igreja Católica Romana entre 317 e 325 dC e a partir daí houve uma busca por uma unidade canônica. Podemos afirmar que houve uma espécie de censura quantos aos livros a serem adotados.

A escolha dos livros se iniciou pelo Novo Testamento, que foi instituido no Concílio de Catargo em 327 dC, quando oficialmente foram adotados os 27 livros que compõem o Novo Testamento.

Quanto ao Velho Testamento, podemos dizer que somente em 692, no Concílio de Trulos, ficou definitivamente estabelecido os 46 livros do Velho Testamento. Esta escolha, aparentemente foi mais difícil do que a dos livros que compõem o Novo Testamento. Antes disso, tivemos Concílio de Hipona em 393, o Concílio de Cartago 3º em 397, o Concílio 4º em 419 e, finalmente o Concílio de Trulos em 692, quando proclamaram os 46 livros do Antigo Testamento. O Torá é parte integrante deste livro, como não poderia deixar de ser e as diversas traduções não alteraram substancialmente se conteúdo.

Hoje a Bíblia é adotada por todos os segmentos da religião cristã: tanto os Católicos Romanos quanto os protestantes e os que se denominam apenas evangélicos e não se auto classificam nem em uma nem em outra denominação. Mesmo as chamadas seitas cistãs adotam a Bíblia como livro sagrado.

Nossa sociedade se baseia na Bíblia, já que a religião e estado se separaram há pouco tempo e serviu de base para todo o sistema legal e ético de nossa sociedade, sendo dos mais importantes código de conduta adotado.

domingo, 16 de agosto de 2009

Moisés, o Egito e o princípio de tudo


Existe dúvida sobre a própria existência de Moisés ou do êxodo, já que os relatos egípcios não citam tal fato, que também não foram comprovados arqueologicamente de forma incontestável. Mas, independente de sua existência o Torah existe e existem as religiões cristãs e muçulmana. Seu próprio nome é um mistério, pois pode ter origem teofórica egípcia quando junta Més, que na forma grega é Mósis e significa filho de Deus, assim como Ramsés significa o filho do Deus Rá.

Estudiosos da História acreditam que o período que Moisés passou entre os egípcios serviu para que ele aprendesse o conceito do "Monoteísmo", criado pelo faraó Akhenaton, o faraó revolucionário, levando tal conceito ao povo judeu. Moisés nasceu no governo do Faraó Ramsés I no período entre 1250 a.C. e 1210 a.C., que foi sucessor de Akhenaton, que instituiu no Egito o monoteísmo, proclamando a supremacia de um só Deus, Amon-Rá. Os sacerdotes dos demais deuses se revoltaram contra Akhenaton e Ramsés, originalmente chamado Paramessu, que não era nobre mas um militar que tomou o poder pelas mãos dos sacerdotes revoltados com Akhenaton.

E no convívio com os faraós ou com sacerdotes que Moisés conheceu Amon-Rá (o sol) representado como homem com barba postiça, de pele negra ou lápis-azúli (alusão ao culto de Amon como deus celeste), com a cabeça era encimada por um disco solar, uraeus, e duas plumas. Cada uma dessas plumas encontrava-se dividida verticalmente em duas secções, que reflectiam a visão egípcia dualista (rio Nilo/deserto; Vida/Morte...) e horizontalmente em sete segmentos. Na parte posterior da coroa podia levar uma fita vermelha. Na mão direita segurava um ankh e na esquerda o ceptro uas. Em algumas representações Amon surge com um falo, resultado de sua associação com o deus Min. Amon era também considerado o rei dos deuses. Muitas vezes era associado ao deus Rá (ou Ré), formando assim o deus Amon-Rá, o deus que traz o sol e a vida ao Egito. Era representado na forma de um homem em túnicas reais com duas plumas no cabelo.

Moisés conduziu o povo de Israel na peregrinação pelo deserto. Viveu no reinado de Ramsés II que sucedeu ao pai em sucedeu ao pai em 1279 ou 1278 e, através do estudo da religião egípcia, reservada somente aos reis mas à qual teve acesso por estar na corte, escreveu o Torah com base nos relatos ouvidos, que conta a história da humanidade fundamentado nas lendas e relatos que conheceu por tradição oral e compilou as Leis que orientaram os judeus. Tudo aprendido no convívio com os faraós.

Vejam que, baseados na religião egípcia falamos de três grandes religiões que norteiam a maior parte da humanidade: judeus, cristãos e mulçumanos. Assim podemos não ter a certeza da existência de Moisés, mas temos a certeza de que o Torah existe e é o livro sagrado dos Judeus e faz parte dos livros sagrados Bíblia dos cristãos e Alcorão dos mulçumanos. Os ensinamentos escritos há tanto tempo atrás nortearam a sociedade e os costumes de grande parte da humanidade e por isso é real.

Moisés não se tornou Deus, mas nos ensinou que existe um só Deus, que para grande parte dos seguidores do Torah e seus sucedâneos Bíblia e Alcorão, não pode ser representado de forma física. Entretanto os cristãos, que influenciados pelos Romanos, que escreveram a Bíblia, resolveram dar representação física a Deus, criando, como nas culturas antigas, deuses menores: os santos e anjos da igreja católica romana que têm uma função divina ou semi-divina.

Por isso devemos reverenciar (não endeusar) Moisés, que independente de sua existência, formou o pensamento do homem moderno.

sábado, 15 de agosto de 2009

Woodstock, visto por mim, 40 anos depois

Tinha 18 anos. Gostaria de ter ido mas não fui. O Brasil estava em plena ditadura e por causa dela havia me transferido para o interior do Estado de São Paulo. O mundo vivia a guerra do Vietnã. E eu naquela turbulência vivendo meus melhores e piores dias, descobrindo sentimentos e emoções que concluíam minha formação junto com a formação do mundo como hoje os jovens o conhecem.
Eu descobri que o jovens do interior de São Paulo tinham os mesmos sentimentos e pensamentos que eu, que por causa da ditadura migrara para uma cidade militar. Eu descobri que os jovens são jovens e que não havia distinção de sentimentos entre eles, revoltados com a ditadura, com a guerra do Vietnã e com os costumes e a sociedade. O mundo melhorou por nossa causa. Hoje os filhos dos brigadeiros de então talvez hoje sejam brigadeiros melhores. Os filhos dos civis que marcharam pela tradição e pela família hoje são socialistas defensores da democracia e da liberdade. Todos nós, jovens de então, criamos um novo mundo que está melhor.


Em meio a tudo isto assistíamos extasiados a Feira de Música & Ate Woodstock, que hoje, sábado, 15 de agosto de 2009, faz 40 anos. Eram 15 de agosto de 1969 e na fazendinha de 2,4 quilômetros quadrados de Max Yasgur, na cidadezinha rural de Bethel, Nova York, acontecia a grande mostra da Era de Aquarius que exibiu ao mundo sua face libertária, provocadora, iconoclasta, naturista, enlameada e confusa.


Éramos todos utópicos hippies e sonhávamos com um mundo diferente e melhor. Posso dizer que, 40 anos depois, o mundo tornou-se melhor. Não a sociedade anarquista sonhada pelos hippies de então, mas melhor do que era até então. O festival detonou uma revolução comportamental. No Brasil o AI5 institucionalizava o regime de excessão. Richard Nixon, eleito com o discurso havia feito uma campanha baseada no lema ‘paz com honra’ no Vietnã, pressionado pela opinião pública mundial (a guerra durou até 1975). Em meio a isto tudo, Woodstock. Em meio a isso tudo, eu e os restante dos jovens. Joan Baez, grávida de seis meses, sobe ao palco encerrando as apresentações do dia 15 de agosto, uma sexta-feira. No dia seguinte, Carlos Santana e Janis Joplin sobem ao palco bisando duas das músicas apresentadas. Maconha era fumada por todos mas a droga da moda era o ácido liségico, o LSD.

Vendidos 186.000 ingressos, esperava-se um público de 200.000 pessoas. Compareceu o triplo do esperado e o festival tornou-se livre e gratuito. Um mês antes Neil Armstrong pisara na lua, para desespero dos poetas, seresteiros e namorados, como disse Gilberto Gil na época. Um mês depois Charles Elbrick seria sequestrado.

Os jovens mudavam o mundo e no meio do torvelinho estava eu, um jovem que ajudou a mudar o mundo.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Facebook compra site com ferramenta de busca e desafia Google

O site de relacionamentos sociais Facebook comprou o site de compartilhamento de conteúdo FriendFeed, que permite aos usuários dividir instantaneamente informações encontradas na net, desafiando o domínio do Google, segundo especialistas da indústria.

A expectativa era de que o próprio Google ou o Twitter comprassem a companhia, que vem sendo elogiada por sua ferramenta de busca "em tempo real".

Este tipo de ferramenta é valorizada porque permite ao usuário saber o que está acontecendo neste momento, em qualquer assunto.

"Google, abre o olho, o Facebook sabe que o dinheiro de verdade está na busca em tempo real", disse o especialista e respeitado blogger Robert Scoble.

"O Google é o rei das buscas regulares. O FriendFeed é o rei das buscas em tempo real. Isso torna muito mais interessante a batalha que vem por aí", disse Scoble à BBC News.

Em maio passado, o fundador do Google, Larry Page, admitiu que a gigante de buscas ficou atrás de outros serviços online, como o Twitter, que conta com quase 45 milhões de usuários em todo o mundo.

"As pessoas realmente querem fazer as coisas em tempo real e creio que eles (Twitter) fizeram um grande trabalho", disse Page, admitindo que o Google ficou para trás neste campo.

Tiro de advertência

Outros analistas do Vale do Silício concordam que a compra mudou o jogo.

"O Facebook não conseguiu comprar o Twitter, então, esta é a segunda melhor opção", disse Ben Parr, editor associado do Marshable, um blog de notícias que cobre mídias sociais.

"O FriendFeed é conhecido por ter tecnologia inteligente e poderosa que permite aos usuários agregar tudo o que eles fazem online, e fazê-lo em tempo real."

"Com esta aquisição, o Facebook está atirando diretamente não apenas contra o Twitter, mas também o Google. Este é um tiro de advertência para essas duas empresas", disse Parr à BBC News.

Scoble lembrou ainda que a ferramenta de buscas em tempo real do FriendFeed pesquisa um período de até 18 meses, em comparação com apenas alguns dias no Twitter.

Há algum tempo, analistas do Vale do Silício vêem o FriendFeed como uma inspiração para muitos dos aplicativos do Facebook.

Entre eles está a habilidade de importar atividades de outros serviços, como o YouTube e o Flickr, além de permitir aos usuários comentar o conteúdo postado por outros e dizer se "gostam" ou "não gostam" de algum comentário.

"Na prática, o FriendFeed tem sido o departamento de pesquisa e desenvolvimento do Facebook, já há algum tempo", disse Scoble, um dos usuários mais populares do serviço, que conta com 46 mil assinantes.

"Eles têm a melhor comunidade de tecnologia na rede e o Facebook deve continuar a usá-los para testar novos aplicativos antes de transferi-los para o Facebook."

Negociações

As empresas já vinham conversando há dois anos, mas mesmo assim, a compra pegou muita gente de surpresa no Vale do Silício.

O co-fundador do FriendFeed, Bret Taylor, admitiu que foi um negócio de última hora.

Analistas da indústria esperavam que o Google fizesse uma proposta de compra, principalmente porque o FriendFeed foi fundado por ex-funcionários da empresa.

"O FriendFeed aceita o pedido de solicitação de amizade do Facebook", anunciou Bret Taylor, brincando com a linguagem do site de relacionamentos.

"Como minha mãe me explicou, quando duas companhias se amam muito, elas formam um veículo estruturado de investimento", continuou ele em seu blog.

"Nossas companhias têm uma visão comum. Agora temos a oportunidade de trazer muitas das inovações que desenvolvemos no FriendFeed para os 250 milhões de usuários do Facebook mundo afora."

O fundador do Facebook, Mark Zuckeberg, também elogiou a compra.

"Desde que usei o FriendFeed pela primeira vez, admirei sua equipe por criar um serviço tão simples e elegante para que os usuários pudessem compartilhar informações."

"Como isso mostra, nossa cultura continua a fazer do Facebook um lugar onde os melhores engenheiros vêm para construir coisas rapidamente, que muitas pessoas vão usar."

Como parte do acordo, todos os funcionários do FriendFeed vão ser aproveitados pelo Facebook e os quatro fundadores da empresa vão ter cargos de liderança nas equipes de engenharia e produto do site de relacionamentos.

O FriendFeed vai continuar funcionando de forma independente, pelo menos por enquanto.

"Eventualmente, de um jeito ou de outro, é difícil crer que o FriendFeed vai continuar a existir como existe hoje", disse MG Siegler, do site de notícias TechCrunch, do Vale do Silício.

"O Facebook vai começar a usar tanto do tempo do FriendFeed que ele vai perecer. É triste, mas é a rede. Nem todos os serviços podem florescer. Simplesmente, não há usuários com tempo suficiente para usar todos eles."

Fonte BBC