domingo, 16 de junho de 2013

O Fantasma da Inflação Ataca Novamente

É o que os analistas de diversas publicações de nossa mídia estão alardeando.

Existem alguns pontos que devemos considerar nestas análises.

O que mais me chama a atenção é a falácia de que a inflação reduz renda e diminui o padrão de vida dos indivíduos. Não é bem assim. Os preços inflacionados de alguns indivíduos recaem sobre o custo de vida de outros indivíduos.

Uma imposição dos tais analistas é o aumento dos juros, que implicaria também no aumento dos serviços sobre as dívidas públicas aumentada para delírio da oposição acuada com os baixos índices de desemprego e o aumento da produção industrial embora os mesmos críticos digam que poderia ser melhor. Aliás, o remédio apontado pelos analistas influenciaria diretamente a produção, que recuaria com possibilidades de ganhos mais fáceis no mercado financeiro, causando também uma queda no nível de emprego.

Tenho observado que revistas dirigidas às parcelas de uma classe média alta, reclama muito do aumento dos preços dos serviços pessoais, como cabeleireiros e outros tais, que aumentou na medida em que uma classe menos acostumada a estes serviços, passou a utilizá-los com mais frequência. Com o aumento dos juros e a queda do nível de emprego, estes serviços estariam menos acessíveis ao público de menor poder aquisitivo e sofreria uma queda de preço, da mesma forma que os rendimentos financeiros aumentariam favorecendo o consumo de tais serviços.

Com o aumento dos juros e a consequente queda no consumo e na produção, todo o esforço para o apoio às microempresas seria em vão, pois não haveria mais mercado para estas empresas, que tenderiam ao fracasso, deixando para as grandes corporações caminho aberto e livre deste tipo de concorrência.

Por outro lado, os programas sociais do governo ficariam em segundo plano, dado os gastos com juros crescentes. Neste cenário, voltaríamos à ineficiência do governo, aos financiamentos externos e a um crescente empobrecimento da população, com menor custo da mão de obra favorecido pela fraca oferta de emprego. Ou seja, voltaríamos a uma situação clássica em uma política com tendências neoliberais, onde quem tem muito ganha muito às custas de quem tem pouco e passaria a não ter mais, ou quem não tem e que veria impossibilitada qualquer possibilidade de melhoria.

Seria um adeus aos programas de renda, ao Bolsa Família, à Minha Casa Minha Vida, aos Microempresários Individuais e outros tais, que passariam a contar apenas com a eventual caridade dos ricos, que contariam com descontos nos impostos para este tipo de beneficência social. Um retrocesso aos tempos de especulação.

Acredito que o cenário seria ótimo para os especuladores. Mas este seria o ideal para a nossa sociedade?