domingo, 25 de abril de 2010

A verdade dos fatos sem interpretações tendenciosas

Ciro Gomes explica o que exatamente disse. Honesto, verdadeiro e direto, explica o que quis dizer em entrevistas concedidas sem interferência de interpretações tendenciosas. Veja você mesmo e tire suas conclusões.

sábado, 24 de abril de 2010

O medo como justificativa do preconceito

Excelente artigo de Arlete Sampaio publicado no sitio Carta Maior.

A campanha de 2010 não é apenas uma, mas pelo menos três grandes batalhas combinadas. Uma disputa política, dos que apóiam as conquistas do governo Lula contra aqueles que sempre as atacaram e agora se esquivam de dizer o que pensam e o que representam. Uma disputa econômica, dos que defendem o protagonismo brasileiro e sabem da importância central do estado na sustentação do crescimento, contra os que querem eletrocutar nossas chances de desenvolvimento com a proposta de "choque de gestão" e de esvaziamento do papel do estado. Finalmente, uma disputa ideológica entre, de um lado, a esperança de um país mais justo, igualitário e sem medo de ser feliz, contra, do outro lado, a indústria da disseminação de preconceitos. 

Na disputa política, a popularidade do presidente Lula criou uma barreira que a oposição prefere contornar do que confrontar. Serra não quer aparecer como aquilo que ele realmente é: o anti-Lula. O mesmo anti-Lula que ele próprio foi em 2002 e que Alckmin fez as vezes, em 2006. Daí a tentativa de posar como "pós-Lula". A oposição irá para a campanha na vergonhosa condição de fingir que não é oposição, que concorda com o que sempre atacou, que quer melhorar o que tentou, a todo o custo, destruir. Os eternos adeptos da ideia de que o Brasil não pode, não dá conta e não consegue, agora, empunham o discurso de que o Brasil pode mais. 

Diante do fato de que alguém precisa assumir o impopular ataque ao governo e ao presidente, para alvejar a candidatura governista, surgiram duas frentes. A mais aberta e declarada é realizada pela imprensa mais tradicional, a que tem relações orgânicas com o grande empresariado brasileiro e com uma elite política que a ela é comercialmente afiliada. 

Na ânsia de conseguir, contra Dilma, o que não conseguiu em 2006 contra Lula, esta imprensa tomou para si a tarefa de tentar derrotar ambos. Para tanto, tem enveredado em um padrão autoritário que significa um retrocesso claro até se comparado a seu comportamento na época da ditadura. Naquela época, a ditadura era a justificativa de suas manchetes. Hoje, não. Se não fosse pela democracia e pela mídia regional e alternativa, a situação seria igual à vivida quando era mais fácil ter notícias fidedignas a partir da imprensa internacional do que pela grande imprensa brasileira. 

Um exemplo: o tratamento dado à participação do presidente Lula na cúpula nuclear em Washington. Dois dos mais tradicionais jornais brasileiros (Estadão e Folha) deram manchetes idênticas ("Obama ignora Lula..."), numa prova não de telepatia, mas de antipatia. Um editorial ("O Globo", 14/4) chegou a dizer que "Lula isola Brasil na questão nuclear". Se contássemos apenas com esses jornais, teríamos que apelar à Reuters, ao Wall Street Journal, ao Financial Times ou à Foreign Policy para sabermos que a China mudou de posição por influência do Brasil e declarou oficialmente sua opção pelo diálogo com Teerã. 

Seria demais pedir que se reproduzisse, por exemplo, o destaque dado à cúpula dos BRICs, que no jornal Financial Times e na revista Economist foram bem maiores do que o conferido à cúpula de Washington. Até hoje, porém, o fato de nosso país estar galgando a posição de polo dinâmico da economia mundial, de modo acelerado, é visto com desdém pelos que não acreditam que o Brasil pode mais. 

A questão nuclear teve a preferência porque cai como uma luva à tentativa de trazer para 2010 a questão do terrorismo, além de demonstrar a relação que existe entre as campanhas anti-Dilma, declaradas e mascaradas. A questão do terrorismo é um curioso espantalho invocado pelos próprios corvos (para usar uma imagem apropriada ao lacerdismo que continua vivo na direita brasileira e em parte de sua imprensa). A diferença sobejamente conhecida e reconhecida entre guerrilha e terrorismo e o fato de que os grupos armados brasileiros sempre se posicionaram contra o terrorismo como forma de luta política são esquecidos. Durante a ditadura, os grupos armados eram acusados de terroristas pela mesma linha dura que arquitetava explodir um gasoduto no Rio e bombas no Riocentro para inventar terroristas que, de fato, não existiam. A parte da imprensa que, por conta própria, reedita o autoritarismo faz jus ao título de "jornalismo linha dura".

No campo da política econômica, a batalha será igualmente ferrenha e desigual, apesar dos feitos extraordinários de Lula. Seu governo é de fato o primeiro na história do País a conseguir combinar crescimento econômico, estabilidade (política e econômica) e redução das desigualdades. Segundo estudos, o Brasil conseguiu avançar em termos sociais em ritmo mais acelerado do que o alcançado pelo estado de bem-estar social europeu em seus anos dourados. Mesmo isso não tem sido suficiente para abalar a aposta de alguns setores da elite econômica de que a principal tarefa a ser cumprida é a de tornar o Brasil o país com o estado mais acanhado dentre os BRICs. São os que querem o Brasil mirando o Chile, e não a China, em termos econômicos. Para alguns, que sempre trataram o Brasil como um custo em sua planilha, não importa o tamanho do país, e sim o tamanho de suas empresas. 

O que se vê até o momento não é nada diante do que ainda está por vir, dado o espírito de "é agora ou nunca" da direita em sua crise de abstinência. Os ataques declarados são amenos diante da guerra suja que tem sido travada via internet, por mercenários apócrifos que disseminam mensagens preconceituosas.

Dilma é "acusada" de não ter marido, de não ter mestrado, de não ter sido parlamentar. As piores acusações não são sobre o que ela fez, mas sobre o que ela não fez. As mais sórdidas são comprovadas mentiras, como a de ter sido terrorista. 

Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula, e ele foi vencido em duas, dentre cinco. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual. 

A oposição cometeu o ato falho de declarar que "o país não tem dono", mostrando que ainda raciocina como na época em que vendeu grande parte do patrimônio público e tratou o Brasil como terra de ninguém. Mas, por sorte, o país tem dono, sim. É o povo brasileiro. E, mais uma vez, é apenas com ele que contaremos quando outubro vier.

Arlete Sampaio é médica, foi vice-governadora do DF (1995-1998), deputada distrital (2003-2006) e secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, na gestão de Patrus Ananias (2007-2009).

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Algum jacaré te mordeu hoje?

Quem ouviu a frase num Congresso de Tecnologia da Informação em Los Angeles, lá pelo final dos anos 70, nunca mais esqueceu. A frase era assim: "Se você tem um jacaré a lhe morder as pernas, a tendência natural é esquecer que seu objetivo principal era drenar o pântano". A metáfora é muito poderosa. É claro que você, que recebeu a missão de drenar o pântano, ao entrar nele e ser mordido por um jacaré imediatamente esquecerá tudo e se focará em matar o desgraçado do jacaré. 

Esse jacaré é o nosso dia-a-dia. Esse jacaré representa o nosso agir sem planejar, sem parar para pensar, o famoso engatar uma coisa na outra. 
Relembre o seu último dia de trabalho. Dirigindo no trânsito, você fez os planos do dia, organizou a agenda, planejou o tempo a ser distribuído de acordo com suas prioridades. Aproveitando o congestionamento, fez até uma lista usando uma folha do caderno que seu filho esqueceu no carro. 

Acabou de estacionar e do seu lado um outro gerente diz: "Não se esqueça do relatório que você me prometeu para hoje!!". 

Pronto, o primeiro jacaré te pegou!! 

Aí é vapt, vupt, paulada no jacaré, e você consegue chegar na sua sala. Mal sentou, toca o telefone! O chefe!! "Você viu os resultados das vendas de ontem? Você tem que ir lá na filial falar com o supervisor!". Pronto. O segundo jacaré te pegou e esse tem a boca grande! 

De novo paulada para todo lado e você tenta voltar ao plano original, quando entra na sua sala um subordinado que acaba de receber uma proposta com 25% de aumento no fixo e 50% de aumento no variável. Jacarezão de boca aberta, e esse é dos cascudos. Senta, conversa, argumenta, discute, se emociona e a dor da mordida você já nem sente. Consegue adiar a decisão dele até você falar com o RH. 

Você olha para a lista, aquela feita no caderno do seu filho, já são quase duas horas da tarde e você nem almoçou. Come uma barrinha de cereal e abre o e-mail. Pulam dois jacarés filhotes, dessa vez querendo morder a sua mão. 

Trinta e sete e-mails! Alguns com horário da madrugada. E você pensa que jacaré dorme? Jacaré competente manda e-mail à 1h35 e ainda fala que vai trabalhar mais um pouco. 
Ao fim do dia, exausto, faminto, sem ter conseguido tomar um café! Você olha a sua lista de prioridades e se sente um lixo! O que é que eu fiz hoje?? Nem o primeiro item! 

E como sair dessa? Trabalhando incansavelmente o conceito de prioridade. 

As suas prioridades são aquelas relacionadas com suas metas, são as tarefas que somam valor, são as que são significativas e claramente percebidas pelos clientes. Não confunda os conceitos de urgente e importante. A urgência é temporal, tem a ver com a cronologia das coisas, e a importância tem a ver com contexto e conteúdo. 

Trabalhe suas prioridades. Essas sim reúnem o melhor da urgência e da importância, pois foram planejadas por você e de acordo com suas metas e objetivos. 

Não se deixe iludir pelo fato de, hoje, você conseguir matar três ou quatro jacarés por dia. No final você vai ser mesmo avaliado é pela drenagem do pântano. 

domingo, 18 de abril de 2010

Investimento social e crescimento econômico


Para a Folha de São Paulo de hoje (18/04/2010), a renda no Brasil volta a subir no mesmo ritmo pré-crise com a classe "C" conprando itens supéfluos e saudáveis.

Segundo a mesma notícia, a melhoria da renda está mais ligada ao rendimento do trabalho do que programas como o "Bolsa Família". Este último comentário tenta desqualificar os programas sociais do governo federal mas não é esta a leitura que faço. Hoje o brasileiro está tomando o café da manhã, almoçando e jantando. Com a vantagem de comer mais frutas, iogurte e itens antes proibidos, tudo aquecido no microondas novo comprado à prestação em uma loja popular. Indicação clara do sucesso dos programas do governo.

No decorrer da notícia se mistura a opinião de que o candidato da oposição poderia tentar iludir o eleitor tentando convecê-lo de que os ganhos sociais se ampliarão com sua eleição. Este convencimento será muito difícil. O jornal, de forma pouco velada, critica o governo por destinar a maior parte das "despesas" (eu diria investimentos) a pagamentos de benefícios sociais. Esta linha de raciocínio deixa bem clara a opinião equivocada da linha editorial.

Na opinião da oposição e do jornal, o governo ideal é aquele que "investe" no apoio ao empresário, favorecendo-o com incentivos e verbas destinadas à facilitação e protecionismo argumentando que isto trará mais empregos. Só que este não é o princípio seguido pelo nosso governo, que parte para o raciocínio inverso.

O raciocínio acertado de nosso governo é que, ao melhorar a renda e diminuir o nível de pobreza, a economia ganha mais consumidores e propicia um maior nível de produção. Neste caso os empresários com maior capacidade empreendedora serão naturalmente selecionados pelo mercado com conseqüente aumento do nível de emprego. Com o aumento da arrecadação, o governo pode se dedicar a obras de infra-estrutura como é o caso do PAC, que recebe forte crítica da oposição, que quer destinar estas verbas ao favorecimento dos mais ricos e não necessariamente mais competentes. Na mesma edição, é criticado o projeto de Belo Monte, que trará desenvolvimento para importantes regiões que necessitam de infra-estrutura para crescimento. Será que o Brasil se resume ao Sul e Sudeste? Para a oposição sim. Para o jornal também, pois procura ligar o eleitor do candidato do governo ao Norte e Nordeste e à falta de instrução - o que demonstra o preconceito do provinciano periódico.

O favorecimento ao empresário é o inverso do investimento social. Os recursos a eles destinados são, via de regra, mau utilizados e acabam por estimular a especulação e concentração de renda sem beneficiar o Brasil ou os brasileiros que querem oportunidade e não esmola, pois somos um povo criativo e trabalhador.

O raciocínio é simples porque simples são as regras de mercado. Esta forma simples de entender a economia já demonstrou, nos últimos anos, que não precisamos complicar as coisas. A simplicidade das regras de mercado sem malabarismos econômicos que justifiquem empréstimos milionários para o protecionismo aos maias ricos demonstra o verdadeiro sentido do capitalismo e do empreendedorismo. Pode parecer contraditório, mas nosso governo de "esquerda" dá uma lição de capitalismo e economia de mercado.

O que se observa é que a burguesia nunca foi capitalista. O que fez até a eleição de Lula foi distribuir recursos às pessoas erradas de forma equivocada.

Não iremos retomar um raciocínio e prática que só prejudicou o Brasil e os brasileiros. Definitivamente não.

domingo, 11 de abril de 2010

O racismo e o preconceito da mídia provinciana

Eliane Cantanhêde é mais que uma funcionária da Folha da província de São Paulo: é uma entusiasta da família Frias. Pode-se dizer que seja uma agregada. Assim podemos considerá-la uma militante do PIG - Partido da Imprensa Golpista, que é o maior apoiador da candidatura Serra. Ela espelha o pensamento da campanha do Serra.

No vídeo abaixo podemos verificar a marca registrada da campanha em algumas afirmações:

  1. Para o PIG o povo fede. É uma velha idéia que vem do Presidente Figueiredo e da aristocracia que dominou o país até há pouco e que quer fazer o Brasil retroceder.
  2. Ela reconhece que Serra não é apoiado pelo povo. "Parece que o PSDB é um partido de massa". E, para a oligarquia o povo não pode defender os seus interesses. Tem que defender os interesses da minoria privilegiada - a oligarquia que era dona do Brasil até há pouco.
  3. Os ônibus que trouxeram a militância são novinhos em folha... Militância?! Os agregados dos "coronéis" devem andar em veículos novos. É um privilégio concedido pelo poder econômico. Só que este poder está mudando de mãos. Cada vez mais empresários capazes e inteligentes perceberam que até há pouco, quando o Brasil era dominado por uma pequena elite, apesar do sistema se dizer capitalista, não havia capital nem recursos financeiros à disposição. Quando houve uma maior distribuição de renda, mais pessoas passaram a consumir e o capital ganhou novo impulso. O interessante é que o capitalismo se fortaleceu a partir de um governo de esquerda. Isto, para a burguesia acostumada com a concessão de "favores" e "apoio" do governo à incompetência e à ganância, é preocupante, pois lhes retira a posse do país, agora dominado pelo empreendorismo competente.
  4. Parece que a gente está às vésperas de uma campanha para vice-presidente. A esperança dos demotucanos é que Aécio Neves jogue fora seu prestígio junto ao povo mineiro para se lançar vice de Serra. Se o seu nome agrega tanto, porque não foi Aécio candidato a presidente? Um projeto pessoal de Serra? O fato de São Paulo se considerar a locomotiva do Brasil? ... Sei lá... Só sei que no governo atual São Paulo provinciano e presunçoso, perde sua importância de corte e passa a ser apenas um membro da Federação, um fato inaceitável.
  5. Críticas ao PT... É o discurso. O PT é comunista, quer implantar no Brasil uma ditadura, Lula é ignorante, os petistas cheiram mal, é povinho sem graça... Eles, os demotucanos, são bonitos, se vestem bem, pertencem a uma classe social elitista, bem vestida, usando perfumes de qualidade, etc, etc, etc. Muito bem... Mas qual seria o discurso? O que vão fazer de melhor? Existe a tentativa, depois de uma campanha preconceituosa e sem conteúdo, de agora, aos 40 minutos do segundo tempo, fazer um discurso de um governo complementar ao atual. Mas não foi o que se viu em São Paulo, cujo governo só fez privatizar, criar pedágios, reprimir manifestações populares, esconder os fatos desabonadores do governo - com o apoio do PIG, fazer contratos escusos... Agora querem me convencer que serão mantidas as realizações e que complementarão de forma eficaz as conquistas populares.
  6. O povo não é trouxa e não vai se deixar levar por este discurso porque sabe que a eleição de Serra seria um retrocesso para o povo, a gente cheirosa e bonita que se chama Brasil.

Veja e tire suas conclusões:

domingo, 4 de abril de 2010

Nosso erro é acreditarmos em uma única história


Chimamanda Adichie, uma bela jovem nigeriana me fez pensar no perigo de acreditarmos em uma única história. Relato emocionante. Assista e se emocione também.



sábado, 3 de abril de 2010

Segurança, tecnologia e integração nacional

Um assunto me desperta interesse é a área de defesa e estratégia militar. Na década de 70 a 80, trabalhei na indústria de defesa por um período relativamente longo. Naquela época produzíamos, no Brasil, equipamentos de defesa de um nível tecnológico invejável, tendo exportado para vários países. Havia, naquela época, uma preocupação com a defesa e com o desenvolvimento tecnológico: foi fundada a Embraer, que na área de defesa, desenvolveu o programa o AMX em parceria com a Itália. Haviam excelentes indústrias de defesa e, além da Avibrás, haviam outras como a Engesa que fabricou tanques conhecidos internacionalmente. Com o encolhimento do Estado e a onda de privatizações, cessaram os investimentos também nesta área. Nossa indústria de defesa foi abandonada, sucateada, muitas delas fechadas e nos tornamos dependentes de materiais estratégicos e de defesa importados.


Hoje vivemos em um regime democrático e temos, como naquela época, um Estado que, de novo, investe no apoio ao desenvolvimento tecnológico nacional, o que só é possível com um Estado atuante. A recuperação da Petrobrás é um exemplo. Mas a indústria de material de defesa também é uma preocupação. Tanto é assim que sabemos da busca por parcerias na fabricação de novos caças, amplamente divulgado pelos meios de comunicação. Mas a preocupação com a defesa nacional não é tão recente.

Nosso governo tem se preocupado também com este aspecto de nossa soberania. Em 19 de julho de 2005 foi assinada a Portaria 899, do Ministério da Defesa, aprovando a Política Nacional de Defesa, e estabelecendo a Base Industrial de Defesa, visando a pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos de defesa em uma parceria entre as Forças Armadas e a iniciativa privada para prover o Brasil da capacidade de produção e desenvolvimento de materiais de defesa visando diminuir nossa dependência externa nas aquisições deste tipo de material estratégico. O artigo 5º da referida portaria estabelece as regras:
I - as ações estratégicas devem priorizar a preservação da base industrial já existente;
II - as ações estratégicas devem ser indutoras, sem retirar da indústria sua capacidade de empreendimento, sua iniciativa e seus próprios riscos; e
III - as empresas públicas devem desempenhar suas atividades em complemento às de caráter privado, evitando a concorrência com estas últimas.
O Brasil de novo avança também na área de defesa. Só que hoje as forças armadas utilizam a tecnologia militar também para uso civil, numa parceria que busca uma maior integração entre o Ministério da Defesa, setor privado e institutos de pesquisa, com utilização da tecnologia tanto para fins de desenvolvimento da indústria bélica como para a utilização civil como logística, tráfego, transportes e mesmo para defesa. Este é um aspecto do governo pouco conhecido e divulgado mas que não pode ser relegado a segundo plano. Esta Política de Defesa Nacional não pode de novo cair em mãos daqueles que só fazem destruir nossa soberania nos tornando dependentes e vulneráveis.

Para quem se interesse pelo assunto aconselho assistir ao programa produzido pela brasilianasorg e transmitido pela TV Brasil em 08/03/2010, onde militares das áreas tecnológicas das Forças Armadas Brasileiras dão uma entrevista sobre o assunto.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Nota de esclarecimento

Muita gente que tem acessado este blog, acredita que eu esteja exagerando quando manifesto o fato de que os meios de comunicação são um partido político partidário de oposição ao governo.

Disse fato porque a declaração é de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais - ANJ - e executiva da Folha de São Paulo, que declarou:

A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.

E a sua declaração está em outro veículo que é o representante do Partido da Imprensa Golpista no Rio de Janeiro "O Globo". Vejam vocês mesmos as declarações que não deixam dúvidas sobre o posicionamento político partidário da ANJ. 

Para que fiquem informados com isenção, aconselho que procurem esclarecimento em meios de comunicação mais isentos como o "Le Monde", "BBC", "El País", "Financial Times" e outros muitos outros existentes fora do Brasil.

E que saibam que esta história de que o PNDH III é contra a liberdade de imprensa, significa que, de verdade, o PNDH III pretende que existam também no Brasil outros meios de comunicação não engajados em políticas partidárias. Estes mesmos panfletos de propaganda política, acostumados com o cartel formado durante a ditadura militar, desejam apenas a continuidade desta situação privilegiada.

Os jornais que assim agem, dificultam ainda mais a pouca credibilidade que têm junto à sociedade.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Fernando Pimentel ganha direito de resposta

Deu na Última Instância:

O juiz Wanderley Salgado de Paiva, da 30ª Vara Cível de Belo Horizonte, determinou que a revista IstoÉ dê direito de resposta a Fernando Pimentel (PT), ex-prefeito de Belo Horizonte. Na edição de 3 de março, a revista publicou matéria dizendo que Pimentel seria um dos envolvidos no esquema do Mensalão, afirmação que já foi negada pelo procurador Patrick Salgado Martins, responsável pelas investigações. 
Segundo a decisão liminar, o site e a revista deverão publicar resposta “nos mesmos moldes e com o mesmo destaque e espaço” da matéria publicada no início do mês. O juiz entendeu que a IstoÉ veiculou “informações truncadas”. 
A resposta deverá ser publicada em uma das próximas três edições impressas da revista e, em 48 horas, no site, sob pena de multa diária de R$ 5.000, limitada a R$ 150 mil. Ainda cabe recurso da decisão. 
O procurador Patrick Martins já havia afirmado que os fatos narrados pela reportagem estão fora de contexto e que não havia provas que ligassem Pimentel, que não foi denunciado pelo esquema, ao Mensalão. 
Na decisão, o juiz afirmou que é “dever do jornalista respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão, não podendo o jornalista divulgar as informações de forma inadequada e sem, antes, certificar-se de sua veracidade”. 
Como se pode notar, existe a clara intenção político-partidária de favorecer ao candidato oposicionista através da detração dos candidatos da situação e seus aliados. É a tentativa de golpe que, felizmente é detido pela justiça.

E agora certamente a revista vai clamar por liberdade de imprensa. Pela liberdade de publicar mentiras e manipular os fatos. E ainda vêm defender estas publicações golpistas!

A Alston de novo nas páginas policiais



Vejam no Monitor Mercantil:

O Departamento de Investigações de Fraudes Financeiras da Grã-Bretanha prendeu nesta quarta-feira, em Londres, três diretores que integram o Conselho de Administração do grupo francês Alstom sob a acusação de pagamento de propina e corrupção. 

Em nota, o departamento do governo britânico afirmou que suspeita que as propinas foram pagas pela empresa para vencer contratos internacionais e que há lavagem de dinheiro e outros crimes associados ao caso. 

A Alstom, empresa especializada em infra-estruturas de geração de energia e transporte ferroviário, está presente em mais de 70 países e é investigada na Suíça e na França por suspeita de corrupção em negócios na América do Sul, particularmente no Brasil, onde teria feito pagamento a políticos através de uma empresa sediada no Uruguai, para obter vantagens na licitação para expansão do metrô paulista, segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo. 

Já o Wall Street Journal publicou que policiais suíços se reuniram com policiais brasileiros para discutir um total de US$ 6,8 milhões que eles suspeitam ter sido pagos por funcionários da Alstom para ganhar o contrato de US$ 45 milhões para a expansão do metrô de São Paulo. Os policiais suíços também investigam cerca de US$ 200 milhões em pagamentos suspeitos feitos pela Alstom em projetos em Santa Catarina e em outros países da América do Sul. 

Sobre este mesmo assunto publiquei alguns artigos veja por exemplo:

A Conferência Nacional da Educação - propostas para a melhoria no ensino

Em 31 de março último foi concluída a primeira etapa de discussões das propostas que constarão do documento final da Conferência Nacional de Educação (Conae). No eixo que trata sobre o financiamento da educação, foram aprovados temas importantes, como a determinação que o país invista 7% do Produto Interno Bruto (PIB) na área até 2011 e chegue a 10% em 2014.


A estimativa mais recente, de 2008, mostra que o Brasil aplica 4,7% ao ano na área de educação. Esse percentual equivale a R$ 136 bilhões investidos pela União, estados e municípios.

Todas as propostas debatidas seguem amanhã (1°) para uma plenária final para serem homologadas pelos participantes. Inicialmente, chegaram à Conae 5,3 mil propostas, que durante a semana foram sendo debatidas e filtradas nas plenárias de cada eixo. A proposta sobre o PIB não precisa ser submetida ao plenário, porque foi aprovada por mais de 50% dos participantes, mas há a possibilidade de algum delegado pedir destaque.

Ao longo do ano passado foram realizadas 1.421 conferências municipais, 470 intermunicipais e 27 estaduais. Participaram dessas conferências o equivalente a 401 mil educadores, que enviaram delegados para a Conferência Nacional de Educação. 

A Conferência Nacional de Educação (Conae) é um espaço democrático onde a educação é discutida pelos educadores e não imposta. Significa respeito ao educador.

Enquanto isto, em São Paulo os professores recebem um tratamento bem diferente: não recebidos pelo governador que tenta humilhar os professores que têm um dos menores salários do Brasil. Menor do que o de estados mais pobres como o Acre ou Roraima. Ao invés de serem recebidos para discussão do ensino, são recebidos à bala.

O que desejamos para a educação? Respeito ou repressão aos educadores?.

Liberdade de imprensa e liberdade de expressão


Muito se tem falado e debatido sobre a liberdade de imprensa no Brasil.
A liberdade da qual se fala pode ser traduzida como liberdade para que a imprensa, assim entendida a meia dúzia de veículos de comunicação chamados de a "grande mídia" que dominam a difusão no Brasil defendam seus próprios interesses.
O filme mostra que esta liberdade de imprensa fere a ética profissional quando os fatos são editados de forma a privilegiar alguns e detratar outros.
Profissionais que se insurgem contra esta situação são demitidos ou transferidos como aconteceu com Armando Nogueira, quando se insurgiu contra a edição do debate Collor e Lula, de forma a privilegiar o candidato da Globo. Armando Nogueira foi parar na cobertura de esportes.
Assim aconteceu também em Minas Gerais, onde a imprensa era unânime quanto à gestão Aécio Neves.
O filme abaixo fala sobre as relações entre Aécio Neves, TV Globo e Estado de Minas. Filme produzido para a Current TV e exibido nos EUA e Inglaterra".