domingo, 18 de abril de 2010

Investimento social e crescimento econômico


Para a Folha de São Paulo de hoje (18/04/2010), a renda no Brasil volta a subir no mesmo ritmo pré-crise com a classe "C" conprando itens supéfluos e saudáveis.

Segundo a mesma notícia, a melhoria da renda está mais ligada ao rendimento do trabalho do que programas como o "Bolsa Família". Este último comentário tenta desqualificar os programas sociais do governo federal mas não é esta a leitura que faço. Hoje o brasileiro está tomando o café da manhã, almoçando e jantando. Com a vantagem de comer mais frutas, iogurte e itens antes proibidos, tudo aquecido no microondas novo comprado à prestação em uma loja popular. Indicação clara do sucesso dos programas do governo.

No decorrer da notícia se mistura a opinião de que o candidato da oposição poderia tentar iludir o eleitor tentando convecê-lo de que os ganhos sociais se ampliarão com sua eleição. Este convencimento será muito difícil. O jornal, de forma pouco velada, critica o governo por destinar a maior parte das "despesas" (eu diria investimentos) a pagamentos de benefícios sociais. Esta linha de raciocínio deixa bem clara a opinião equivocada da linha editorial.

Na opinião da oposição e do jornal, o governo ideal é aquele que "investe" no apoio ao empresário, favorecendo-o com incentivos e verbas destinadas à facilitação e protecionismo argumentando que isto trará mais empregos. Só que este não é o princípio seguido pelo nosso governo, que parte para o raciocínio inverso.

O raciocínio acertado de nosso governo é que, ao melhorar a renda e diminuir o nível de pobreza, a economia ganha mais consumidores e propicia um maior nível de produção. Neste caso os empresários com maior capacidade empreendedora serão naturalmente selecionados pelo mercado com conseqüente aumento do nível de emprego. Com o aumento da arrecadação, o governo pode se dedicar a obras de infra-estrutura como é o caso do PAC, que recebe forte crítica da oposição, que quer destinar estas verbas ao favorecimento dos mais ricos e não necessariamente mais competentes. Na mesma edição, é criticado o projeto de Belo Monte, que trará desenvolvimento para importantes regiões que necessitam de infra-estrutura para crescimento. Será que o Brasil se resume ao Sul e Sudeste? Para a oposição sim. Para o jornal também, pois procura ligar o eleitor do candidato do governo ao Norte e Nordeste e à falta de instrução - o que demonstra o preconceito do provinciano periódico.

O favorecimento ao empresário é o inverso do investimento social. Os recursos a eles destinados são, via de regra, mau utilizados e acabam por estimular a especulação e concentração de renda sem beneficiar o Brasil ou os brasileiros que querem oportunidade e não esmola, pois somos um povo criativo e trabalhador.

O raciocínio é simples porque simples são as regras de mercado. Esta forma simples de entender a economia já demonstrou, nos últimos anos, que não precisamos complicar as coisas. A simplicidade das regras de mercado sem malabarismos econômicos que justifiquem empréstimos milionários para o protecionismo aos maias ricos demonstra o verdadeiro sentido do capitalismo e do empreendedorismo. Pode parecer contraditório, mas nosso governo de "esquerda" dá uma lição de capitalismo e economia de mercado.

O que se observa é que a burguesia nunca foi capitalista. O que fez até a eleição de Lula foi distribuir recursos às pessoas erradas de forma equivocada.

Não iremos retomar um raciocínio e prática que só prejudicou o Brasil e os brasileiros. Definitivamente não.

Um comentário:

  1. Olá, Erick!

    É indubitável que no governo atual as coisas foram muito menos difíceis para as camadas de renda mais baixa. Em períodos anteriores, quase nada não foi feito pelo pobre ou porque não existia consdições (em razão de crises externas e internas) ou porque os mandatários do momento não tinham muito interesses em elevar a renda e o bem-estar dos mais necessitados.

    Atualmente, a história é diferente. É verdade que ainda existem muitas coisas a serem feitas nessa área, mas já teve um bom comerço no início da melhora de vida dos mais pobres.

    Abraços

    Francisco Castro

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