quarta-feira, 26 de setembro de 2018

O Brasil pós fascismo - Uma visão do futuro

A comida pesada à noite me provocou um pesadelo, onde me vi em pleno mandato do coiso fascista em 2028. 

Sim, 2028, pois como ele mesmo (o coiso fascista) disse na TV (todas as TV's são controladas pelo Estado), "alternância de poder é o cacete" risos dos apresentadores e da platéia e muitos aplausos (o último que não aplaudiu uma piada dele desapareceu e não se sabe onde foi parar).

Sou sustentado por um irmão, que aderiu ao regime fascista e é funcionário público que vive bem, pois não existe mais pagamento de aposentadoria, assim como não há também assistência médica pública. Só existe assistência médica privada, pois segundo o padrinho (antes era mito mas mudou para padrinho) o Estado não pode ficar sustentando vagabundo que não tem renda. E são todos empreendedores; não existem empregados e patrões.

Existe a classe capitalista, que são os grandes empresários e banqueiros; os profissionais liberais, que são os médicos, engenheiros e advogados, a maior parte de famílias de empresários e banqueiros, pois não existe mais ensino público, que foi extinto para não sustentar vagabundos sem renda (cada um paga seu curso e, quem não pode pagar, vai ser trabalhador chamado de pequeno empreendedor, que são prestadores de serviços subalternos); os funcionários públicos, escolhidos à dedo via indicação; os milicianos, que fazem a segurança de empresas e de pessoas, e a população em geral. 

Todos pagam impostos para que o Estado possa manter sua enxuta máquina que cuida para que haja infra-estrutura dirigida às grandes empresas que, conforme diz o "padrinho", são o sustentáculo da nação.

Para ser pequeno empreendedor, é necessário comprovar uma colocação junto a um contratante. Feita a comprovação, o Estado providencia o cadastro do empreendedor, que pagará um percentual de imposto que diminui conforme aumenta a renda; ou seja, quem ganha menos paga um percentual maior, pois não se pode onerar a grande empresa que é o sustentáculo da nação. Desta forma, fica muito difícil algum pequeno empreendedor pagar seus estudos e sua segurança. Sim, pois a segurança não é mais feita pelo Estado. Existem grupos que não têm direito a ingressar nas escolas, como negros e índios, além de outras minorias. Ser gay é crime sujeito à pena de morte.  Mas aparentemente estão todos muito satisfeitos, pois não existe contestação. 

A segurança é privada. A princípio, cada um se defendia com sua arma. Mas este sistema foi aperfeiçoado e quem pode, contrata sua própria milícia, uma milícia comunitária ou se defende com sua arma. Este sistema criou milícias de grandes empresas que resolvem as questões de segurança e impõem territórios e clientela para cada um conforme o seu poderio bélico, com mediação do Estado. 

O "padrinho" tem as forças armadas que garantem a segurança do Estado e a Justiça, que são ele mesmo. Além da segurança das forças armadas, o "padrinho" tem seu staff, que são os funcionários que garantem a manutenção do Estado (ele mesmo) cuidando, além da segurança, o combate a outros crimes como a sonegação de impostos, cuidam da propaganda (canais de rádio e TV são supervisionados por censores para garantir a família e o Estado), supervisionam a religião oficial (existe apenas uma religião, própria do "padrinho", que é um apanhado de teorias de igrejas neopetencostais e teoria da prosperidade), e os que combatem a subversão (qualquer tipo de contestação é subversão). Isso além das forças coercitivas associadas às Forças Armadas.

Notei, no meu sonho, que não existe mais corrupção. Todos demonstram admiração pelo sistema e são fanáticos pelo "padrinho". Uma maravilha que não durou mais porque acordei.

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