sexta-feira, 20 de abril de 2018

O Golpe de 2016

O golpe


Aproveitando-se das manifestações em junho de 1983, interesses econômicos financiaram os “manifestoches”, que tiveram infraestrutura e logística, com convocações e divulgação pelos meios de comunicação.
Com aceitação popular (pelo menos de percentual expressivo da população), ficou mais fácil encontrar uma motivação, mesmo que frágil, para o afastamento da presidente. Para convencer os mais críticos, foram utilizados argumentos que procuraram isentar de interesses os juízes, procuradores e investigadores argumentando que os corruptos que deram o golpe seria pegos pelas investigações de corrupção (primeiro a gente derruba o governo, depois pega o restante) e, para dar credibilidade a este argumento, na seleção de vazamentos das investigações sigilosas, vez por outra incluem os golpistas nas denúncias, sem que estes sejam presos ou processados e, se processados, os processos sejam travados na denúncia ou em juízo.


Os golpistas e seus interesses


Os golpistas são os que não foram eleitos e que tentaram, de todas as formas, primeiro anular a eleição e depois a deposição do governo para estabelecer uma política conveniente aos seus patrocinadores: grandes empresas (inclusive estrangeiras) com interesses no petróleo e na diminuição de sua carga tributária e obrigações trabalhistas, empresas de comunicação visando ampliar seu domínio, empresários interessados em manter relações promíscuas com o poder público.
Os golpistas tiveram como aliados membros corruptos do legislativo, devidamente remunerado, que travou as ações do governo por um lado e, por outro, estabeleceram as “pautas bombas”, visando inviabilizar de todas as formas o governo, já desacreditado por ter adotado uma política diversa da que foi proposta na campanha eleitoral.
O grande interesse dos golpistas, todos corruptos, era (e é) comprometer o PT e se livrar de acusações, como de fato aconteceu.

A continuidade do golpe e o triplex

Não faria o menor sentido dar o golpe em um mandato e perder as próximas eleições; assim se procura perpetuar o golpe através da anulação de seus adversários, dos quais o que maiores chances de se eleger é Lula.
A lava jato, desde antes do golpe procurava desesperadamente alguma prova ou indício que pudesse utilizar como acusação contra Lula. Assim passou-se a torturar os envolvidos na lava jato para que denunciasse Lula. A tortura envolvia qualquer tipo de delação, até que surgiu a história do triplex, uma quota de um condomínio adquirido há bastante tempo que foi cair no estoque da OAS, que tentou vender uma unidade modificada para triplex para o ex presidente, que não adquiriu o tal imóvel.

A acusação e a condenação

A competência para julgar a questão do triplex, seria São Paulo. Entretanto, o juiz Moro aceitou a denúncia de que obras efetuadas no imóvel seria fruto de propina ligada a contratos específicos da OAS com a Petrobras e transferiu a competência para Curitiba. Mais tarde, na condenação, admitiu que os tais contratos não tinham vinculação direta com a acusação, que sofreu diversas alterações no curso do processo, dificultando a defesa.
Não se confirmou a posse do imóvel, que foi visitado uma única vez por Lula e duas por sua esposa. As testemunhas arroladas não comprovaram a intenção da transferência do imóvel. A condenação se deu pela possível intenção da transferência do imóvel por favorecimentos genéricos não definidos. Vemos que a condenação não tem vinculação com a acusação.
Numa tentativa de justificar o absurdo de uma acusação de corrupção onde milhões de dólares são trocados por alguns reais, chegou-se ao absurdo da supervalorização das tais "melhorias", incluindo até um elevador inexistente, tudo isto apoiado pela imprensa interessada na condenação, que hoje se desfez com a invasão do apartamento pelo movimento MTST, que mostrou a precaiedade do apartamento e a inexistência de qualquer benfeitoria.
Mas a condenação existiu. E com a anuência das instâncias superiores. Tanto que foi julgado antes do TRF 4 receber o recurso, já que o juiz, antes de ler a condenação, já declarou que esta era tecnicamente irretocável.

Conclusão

Vemos que estamos em um estado de exceção onde a Lei é interpretada de acordo com as conveniências políticas e que não será permitido que partidos progressistas ou de esquerda tenham vitória nas eleições que só ocorrerão caso esteja garantida vitória dos adeptos do golpe.

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