domingo, 14 de novembro de 2010

Há 121 anos: a primeira ditadura militar do Brasil...

Marechal Deodoro da Fonseca aceita dar o golpe militar pelo fato de ter recebido a mentirosa notícia que seu desafeto Silveira Martins seria nomeado primeiro-ministro no lugar do Visconde de Ouro Preto. E Deodoro tomou a providência de revogar a constituição, ficando o Brasil sem instrumento jurídico até 1891. Governava por decreto e acumulava os poderes executivo e legislativo. Isto significa que estávamos em uma ditadura. 

Antes disso, o governo de D.Pedro II definhava sem o apoio dos latifundiários descontentes com a abolição da escravidão pela sucessora direta do trono, a Princesa Isabel que, pela linha sucessória era a herdeira natural do trono. E a Princesa Isabel tinha como marido um francês, o Conde D'Eu. Esta falta de apoio dos fazendeiros, que queriam polpudas indenizações pela perda financeira decorrente da perda de seu patrimônio, sua mão de obra escrava, deflagrou a campanha contra seu governo.

A classe média por sua vez, desejando maior participação nas decisões políticas. A Constituição Imperial tinha um caráter classista já que estabelecia limites de renda para o direito a voto ao mesmo tempo que garantia o voto aos administradores de fazendas rurais e fábricas. Isto afastava da cena política esta classe média que poderia dar sustentação ao governo imperial.

Um outro fator a considerar na desestabilização do governo imperial, era o fato da falta de apoio da Igreja Católica, religião oficial do império. Esta mesma igreja era influenciada pelos latifundiários.

Além disso, temos ainda o descontentamento dos militares, que não tinham direito a voto nem à manifestação. As forças armadas estavam sem apoio financeiro, ocasionado pela participação do Brasil na Guerra da Tríplice Aliança, que provocou crise financeira, inflação alta e redução com os gastos militares.

O descontentamento dos militares envolvia também a Questão Militar, um embate entre as Forças Armadas e o Império, que envolvia denúncia, por parte do Coronel Cunha Matos de corrupção do comandante militar da Província do Piauí, punido e defendido, através da imprensa por Sena Madureira, do Rio Grande do Sul, onde Deodoro era comandante e não coibiu a manifestação. Antes disso, houve defesa, por parte do mesmo Sena Madureira a favor do abolicionismo e manifestação contra a não obrigatoriedade, por parte dos militares, da contribuição ao Montepio Militar. Houve proibição da manifestação de militares pela imprensa que Deodoro se negou a cumprir provocando seu transferência em retorno ao Rio de Janeiro, onde foi eleito o primeiro presidente do Clube Militar recém formado.

O descontentamento dos latifundiários, militares e igreja não melhorava a representatividade do Partido Republicano, que não conseguia, através do voto, se impor. Assim resolveram partir para o golpe militar, que inaugurou nossa república, que carecia dos mínimos fundamentos democráticos.

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