quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A lenda da economia suntentável. Será possível?


Sustentabilidade, economia baseada em pessoas e não em corporações. Valorizar o empreendedor e não ao empreendimento.

Estas idéias são muito combatidas. Criou-se uma mentalidade na qual os empreendimento têm vida própria e as coisas foram feitas para ter vida curta. Com isto cria-se uma ciranda produtiva e econômica onde as coisas são fabricadas indefinidamente sempre com novidades que as tornam obsoletas em um curto espaço de tempo. Existe uma filosofia do consumo, que dilapida as reservas naturais, o que, para os teólogos do consumo exacerbado, não tem importância nenhuma. O importante mesmo é o poder de consumir.

O este consumo, embora exista em maior intensidade em países do primeiro mundo, estende-se também às colônias de onde são extraídas as reservas naturais e a mão de obra, assim como acontecia na Roma antiga. Existem os patrícios, os nativos desta cultura consumista e os militares aos quais são concedidos status de cidadão, que cuidam do interesse do império do consumo extraindo recursos para objetos consumidos pelos patrícios. Existem pessoas que agenciam escravos, que não têm valor nenhum, que são marginais. Marginais no sentido de não ter acesso ao consumo de alto padrão, das novidades “recicláveis”.

Estes agentes de escravos ganham muito dinheiro extraindo as riquezas naturais e agenciando o trabalho destes infelizes sem valor. Com prêmio, têm acesso aos mesmos produtos consumidos pelos patrícios. E sempre formaram opinião, pois a mídia também é uma indústria controlada por eles. Assim, os escravos inferiores, aqueles infelizes sem valor, sempre acreditaram que sua situação era obra dos desígnios divinos e que, comportando-se bem, teriam tesouros enormes e muito maiores do que aqueles que eles não puderam comprar. Só precisam trabalhar direitinho e de forma comportada. Depois disso tudo teriam todo direito a tudo. Depois da morte.

Só que o sistema adotado para este sistema é o da democracia e, em teoria, todos têm o mesmo direito. Mas os patrícios do império não têm medo: um plebeu jamais seria membro do senado. Basta mantê-los ignorantes e resignados e exigir tanto deles que eles não tenham tempo em ficar pensando estas bobagens.

Mas poderá haver um momento em que estes infelizes escravos utilizarão a democracia para benefício próprio?

É um risco. Se isto acontecer vai haver uma reação por parte dos agenciadores, que tentarão a todo custo, convencer aos infelizes escravos de castas inferiores que eles estão errados: o que se deve valorizar é o empreendimento e não o empreendedor. E vão tentar convencê-los a voltar ao que eram antes: resignados com a sua situação esperando alcançar o paraíso do consumo depois da morte. Só não sabemos é que, acontecendo isto, estes infelizes não despertarão para o reconhecimento de seu poder.

Se os infelizes escravos tomarem a rédea do poder talvez resolvam mudar este quadro, valorizando o empreendedor com um desenvolvimento sustentável, onde ganham valor as pequenas coisas que trazem a felicidade. Não a felicidade vendida em shopping center, a felicidade “reciclável”, mas uma felicidade baseada nas pessoas e na sociedade, onde cada indivíduo se sinta responsável por si mesmo, pela sociedade e pelo meio ambiente, consumindo o necessário e fabricando produtos de maior durabilidade evitando assim o desperdício e a dilapidação dos recursos naturais. Uma felicidade baseada em conceitos sólidos de cooperação e solidariedade, baseada no homem, pois se não houver meios para que este se sustente, não podemos exigir dele amor ao meio ambiente. Ninguém, com fome, hesitará em exterminar o último espécime de uma raça em extinção para matar a sua fome.

Mas os patrícios podem ficar tranqüilos… Nada disso pode acontecer.

Ou seria possível?!

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