segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O totalitarismo da esquerda de novo

É uma constante o velho chavão de que no Brasil, os comunistas estão tentando dar um golpe e tomar o poder. 

Este argumento é mais presente quando fazemos analogia do candidato da extrema direita com fascismo, quando procuram contrapor ao fascismo o comunismo argumentando que na União Soviética, China e Coréia do Norte, existiram crimes de Estado contra a sociedade.

Nem todo fascista é nazista mas o nazismo é fascista, inspirado na Itália de Mussolini. Tivemos regimes fascistas que perduraram, como, por exemplo, na Espanha e em Portugal e em nenhum dos dois países houve perseguição e morte aos judeus. Todos, entretanto, foram totalitários.

Se todos os governos fascistas foram totalitários embora tenham cometido mais ou menos agressões aos direitos humanos, o mesmo não podemos dizer de partidos comunistas, que não se restringem a países totalitários. Na França, diversas vezes membros do partido comunista francês foram indicados como chefes de Governo ou de Estado. O mesmo ocorreu na Dinamarca, na Grécia, na Áustria e em outros países, onde foram indicados, fizeram o governo e foram substituídos por pessoas de outros partidos. Temos assim, partidos comunistas que atuam democraticamente.

Conforme dissemos, alguns países fascistas cometeram mais crimes contra os direitos humanos, como a Alemanha, indubitavelmente a que maior atrocidade cometeu, e outros, como Salazar em Portugal ou Franco na Espanha, cometeram crimes contra os direitos humanos em menor intensidade. Da mesma forma, temos países comunistas que cometeram ou que ainda cometem crimes bárbaros contra os direitos humanos.

Capital são bens escassos e qualquer regime capitalista faz com que o detentor do capital procure pagar o menos possível a um exército de dependentes alijados da propriedade e compele os capitalistas a travar um combate entre si procurando acumular cada vez mais capital em uma guerra fratricida que tem como único objetivo o acúmulo e a concentração de riqueza. Esta luta produz fome, doenças e morte de milhões. Estas mortes são aceitas, entretanto, como fatalidades naturais, quando, ao contrário, são causadas pela apropriação ou desapropriação de meios naturais pelos capitalistas assim como acontecia aos suseranos na antiguidade.

Quando se atribuem milhões mortos pelo comunismo, na realidade se faz referência à violação de direitos humanos em lutas fratricidas como na União Soviética de Stalim, que na disputa pelo poder eliminou muitos comunistas, assim como ocorre em outros tantos regimes não comunistas nem fascistas que, muitas das vezes são aceitos pelos capitalistas por questões de estratégia no afã de acumular ainda mais riquezas independente no número de mortes.

A associação dos partidos de esquerda em geral com países totalitários é uma propaganda genérica que tenta (e em muitos casos consegue) convencer as pessoas a se aliar a seus algozes quando deveriam ser encontradas formas de equalizar oportunidades para eliminar a exclusão social, mas para este tipo de iniciativa, se utilizam exemplos estapafúrdios de totalitarismo como se os partidos de esquerda no Brasil estivessem arregimentando combatentes para uma guerra civil, o que não é verdade, já que houve, em passado recente, governos de esquerda democráticos.

Não deixem convencê-los de que o melhor é o fascismo, pois este será sempre totalitário e antidemocrático.

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