domingo, 4 de maio de 2014

Os recursos desperdiçados na Copa do Mundo de 2014

É recorrente a cobrança do direcionamento de desembolsos que, ao invés de serem feitos para a Copa do Mundo, deveriam ser revertidos para melhorar o atendimento à população. Muito justa a discussão, só que deveria ser conduzida de maneira prática, responsável e de forma tempestiva.

É clara a intenção política da discussão. E nossa imprensa assume, de novo, o papel de partido político agindo de forma dúbia e confundindo mais do que informando, deslocando responsabilidades, abrindo discussões atemporais e fazendo apologia à violência. E neste aspecto têm uma atitude dúbia: não abrem mão de se beneficiar dos lucros milionários do evento mas têm interesse em manter pauta negativa defendendo interesses corporativos em relação à política partidária.

A candidatura do Brasil à Copa do Mundo de Futebol foi uma reivindicação e comprometimento do país perante diversas outras nações. Se teríamos ou não o evento deveria ter sido discutido antes da candidatura. Uma vez decidida a aceitação do país como sede, não cabe mais discutir se vai ou não ter copa. O compromisso foi feito pelo país, por todos os cidadãos. A discussão de ter ou não copa é totalmente descabida.

Sempre que se noticia um fato trágico gerado por falha em sistemas públicos, de qualquer natureza, se argumenta que estão sendo gastos 26 bilhões de reais com a copa do mundo, o que poderia resolver a questão se destinados à área em discussão. Normalmente este argumento reflete a opinião de um apresentador de programas populares que ou é ignorante e desinformado ou está mal intencionado.

Com a afirmação acima, parece que se gastou 26 bilhões com a construção de estádios, o que não é verdade, já que esta cifra representa investimentos (e não gastos a fundos perdidos) públicos e privados para todas as obras necessárias para a construção de estádios e obras de infra-estrutura incluindo mobilidade (ônibus, trens, metrôs e melhorias de vias públicas), segurança, saúde, meio ambiente, cultura e comunicação. E o desembolso com infra-estrutura é 65% do total. As obras de infra-estrutura ficarão mesmo depois da copa do mundo.

Tentam também incutir a ideia que o copa  do mundo é um evento federal, quando na realidade os maiores beneficiados serão os estados e municípios que receberão a maior parte dos recursos obtidos através da copa do mundo.

Somente durante a copa serão gastos, somente em impostos, 18,1 (impostos federais, estaduais e municipais) dos 142 bilhões gastos pelos turistas. E aqui cabe a observação de que, se os turistas forem bem recebidos e tratados, teremos uma receita recorrente com o turismo. Se vítimas de ações hostis, nunca mais retornarão. Vemos que, ao fomentar de forma direta ou indireta manifestações hostis, estaremos expulsando a possibilidade do incremento ao turismo, prejudicando o país e não o governo federal.

O que deve, neste momento ser a preocupação da sociedade, é a destinação dos valores arrecadados com o fruto dos investimentos obtidos com o evento. Mas isto não vejo ninguém discutir. A nossa preocupação não deve ser sobre o leite derramado, mas com o cuidado necessário para que não se derrame o leite. Não adianta discutir sobre o que já ocorreu, mas devemos nos preocupar para que possamos colher frutos daquilo que cultivamos.

Veja aqui uma interessante discussão sobre o assunto.





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