domingo, 8 de agosto de 2010

O que deve vir primeiro: desenvolvimento social ou obras de infraestrutura?


Os investimentos em infraestrutura previstos para o País entre 2010 e 2013 chegarão a R$ 540 bilhões. O valor dos projetos para energia elétrica, petróleo e gás, portos, telefonia, estradas e ferrovias superarão em 50% os R$ 360 bilhões investidos nos quatro anos anteriores à crise (2005-2008). (Veja reportagem completa aqui)

A Hidrelétrica de Belo Monte trará desenvolvimento ao Norte. O estaleiro do porto de Suape e a transposição do Rio São Francisco trazem desenvolvimento ao Nordeste. O aumento do consumo fazem um círculo virtuoso. O consumo incentiva a produção e o aumento da produção exige mais mão de obra, mais empregos, incentivando e sustentando o crescimento. Tudo isto produz necessidades. Modernização de portos; construção de novas estradas rodoviárias e ferroviárias; modernização e construção de novos aeroportos. E tudo isto exige investimentos. E o país precisa decidir se diminui o ritmo para promover obras de infraestrutura ou se as obras de infra estrutura devem ser impulsionadas pelo desenvolvimento. 


O governo deve ser o indutor e parceiro da iniciativa privada nos investimentos de infraestrutura priorizando o círculo virtuoso descrito acima através da melhoria na distribuição de renda e na educação e saúde melhorando o poder econômico da sociedade que será a alavanca da economia ou deve ser responsável pelas obras de infraestrutura? 

A resposta pode estar na recente crise financeira. A intervenção do governo se dá através de destinação de verbas que podem ser investidas na infraestrutura para propiciar meios de crescimento através da iniciativa privada ou pode investir na sociedade através de programas sociais e incentivos de transferência de renda, o que se dá através da destinação do que arrecada com impostos e tributos. Vemos ações de parceria como o PAC onde as obras de infraestrutura são direcionadas para promover a distribuição de renda entre pessoas e regiões do país. Quando temos um estado forte e com maior capacidade de investir diretamente nas áreas onde é mais necessária sua intervenção, é possível manobrar mais facilmente. Quando temos estados onde o governo depende da iniciativa privada, isto se torna mais difícil. Os interesses econômicos podem acirrar a desigualdade concentrando a riqueza e produzindo um círculo vicioso onde o rico fica mais rico e o pobre mais pobre ainda.

Enquanto o país avança, forças tentam nos convencer que as conquistas não são coisa boa para o país. Tentam ressuscitar uma idéia ultrapassada de redução dos poderes dos estados são a mola mestra do desenvolvimento. Isto mostrou não ser verdade. O neoliberalismo da década de 80 foi o responsável pelo aumento da desigualdade social, produzindo na crise o círculo vicioso da economia.  

O que queremos para o Brasil? Desenvolvimento e sustentabilidade incentivada pela fortificação da economia através da ascensão social e da distribuição da renda entre pessoas e regiões ou o encolhimento da economia produzindo desigualdades sociais e regionais?

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