quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Os milagres da privatização


O que faz a privatização: de acordo com a revista Carta Capital, somos líderes no ranking mundial do preço da energia elétrica, à frente de países com renda per capita muito superior à brasileira, como Japão e Alemanha. De 1995 a meados de 2008, data de publicação do estudo, a tarifa média teria subido nada menos que 398%. No mesmo período, os salários, corrigidos pelo IPCA, subiram bem menos, apenas 164%”, sustenta o texto da Carta Capital.

Na mesma edição, outra reportagem também aborda a privatização no setor energético. Sob o título “Gás asfixiante”, o texto de Sérgio Lírio demonstra como grandes indústrias paulistas vêem ganhos exorbitantes da Comgás, querem mudar os critérios de reajustes das tarifas e ameaçam ir à Justiça. Os empresários acham um exagero uma concessionária monopolista de serviços públicos – privatizada pelo governador Mário Covas, em 1999 – ter uma rentabilidade sobre o patrimônio de 45%.

E ainda há quem defenda a privatização da Petrobrás, como nas três emendas de igual teor proposta por três deputados, o mais conhecido é Aleluia, vice-líder do DEM na Câmara e militante do Grupo Carlista na Bahia. A sua emenda que questiona a participação da Petrobras nos termos dos projetos enviados pelo presidente Lula está disponível na internet. É dela a afirmação de que “a previsão legal de um monopólio ou reserva de mercado para a Petrobras não se justifica em hipótese alguma”, citada pelo jornal e copiada pelos outros dois parlamentares. Para Aleluia, trata-se de “privilégios” e “discriminação injustificada”.

O pior é que a acirrada campanha, ao que tudo indica, partiu do presidente do IBP, João Carlos França de Luca através de lobistas. De Luca, que já trabalhou na Petrobras, preside igualmente a filial no Brasil da multinacionall espanhola Repsol, que abocanhou a petroleira argentina YPF quando de sua privatização e é uma das “sócias patrimoniais” do IBP. João Carlos desmentiu a autoria do projeto mas admitiu que contatou parlamentares de oito partidos.

Algumas pessoas de bem defendem com unhas e dentes estas teorias sob a alegação que a Petrobrás e suas descobertas foram invenção do Lula para eleger seu sucessor. Como estas inocentes pessoas não gostam do Lula por ele ser nordestino de origem pobre e sem formação acadêmica, acham que os paulistas ricos e pós-graduados têm toda a razão e defendem, sem se aperceberem disso, a privatização da Petrobrás.

Fonte: Carta Capital e Folha de São Paulo

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