sábado, 12 de abril de 2014

Jornalismo de futricas

O Jornal Nacional, da Globo, deu destaque: "avião brasileiro abatido pela Venezuela". A única informação adicional foi que o transpônder estava desligado.

Vamos nos aprofundar neste caso em particular, na medida do possível, pois algumas informações não estão ainda acessíveis:
- Quem comunicou o fato à Força Aérea do Brasil foi a própria Força Aérea Venezuelana.
- As duas forças militares investigam o fato em conjunto.
- O avião partiu do Pará, no Brasil, sem plano de voo aprovado pelas autoridades brasileiras.
- O avião estava com o sistema de comunicação desligado e, portanto, não atendeu a comunicação e as determinações das autoridades venezuelanas.
- Ao que tudo indica, o voo clandestino praticava atividades ilícitas e, nestas condições, na impossibilidade de interceptação, o avião foi abatido pela Venezuela como teria acontecido no Brasil nas mesmas condições.
- São desconhecidos, por enquanto, os ocupantes e o motivo do voo clandestino, investigados em conjunto pelas autoridades venezuelanas e brasileiras.

Qual a intenção de uma notícia sem as informações necessárias para que se tirem as conclusões sobre o fato? E a resposta é óbvia: intrigar, junto à população do Brasil, a Venezuela e, de quebra, acusar as autoridades brasileiras de falta de reação à uma ação hostil da Venezuela. Duvido que seja noticiada a conclusão das investigações que, certamente, será a de que um avião envolvido em atividades criminosas foi abatido pela Venezuela.

É através de fatos como este que vemos como atua os meios de comunicação no Brasil. As atividades políticas transcendem as atividades jornalísticas sem preocupação com o fato ou com a verdade. Apenas intrigas e fofocas, traduzindo a falta de caráter de nossos meios de comunicação que seguem, financiados pelo próprio governo, fazendo o anti-jornalismo com futricas, atuando na demolição da honra e do caráter de alguns "adversários políticos".

Não seria hora de pelo menos democratizar as comunicações no Brasil? Este meu comentário será lido apenas por meia dúzia de curiosos enquanto o Jornal Nacional atinge milhões de pessoas.

Com informações do portal UOL

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