domingo, 1 de julho de 2012

Coerência do PSDB ao apoiar o golpe no Paraguai


Afirmações de Sérgio Guerra, presidente do PSDB sobre o golpe no Paraguai:
É precipitada a posição do Mercosul de suspender o Paraguai de suas reuniões até 2013 e, ao mesmo tempo, incorporar a Venezuela.
Se o Mercosul considera que regras democráticas foram quebradas no juízo político contra Fernando Lugo, há também muitas razões para questionar a frágil democracia venezuelana.
Tais afirmações demonstram coerência com princípios defendidos pelo partido que se denomina social democrático mas que não são nem uma coisa, nem outra. Não é social nem democrático porque defende modelo neoliberal que dá prioridade ao capital e não ao social, afastando assim a legitimidade da sociedade em geral, em detrimento dos “donos” do capital e, por conseguinte, dos meios de produção.

Publiquei, neste espaço, na semana passada, constatações dos interesses que envolvem o golpe no Paraguai, deflagrado pelo agronegócio naquele país, com empresas como Monsanto, Cargil, Bunge, Basf que têm interesse no domínio econômico da produção daquele país e que querem garantir risco zero a seus investimentos com maximização de retorno, controlando os meios de produção através do domínio e da propriedade territorial, dispondo da terra e demais recursos naturais como bem lhe aprouver, sem ter que dar satisfação a quem quer que seja. Para tanto, uma das iniciativas deste grupo, foi procurar institucionalizar suas ações com a constituição de uma entidade sindical (União de Grêmios de Produção  - UGP) e de um meio de comunicação poderoso, o jornal ABC Color, que procura manipular a opinião pública. 

Tais interesses são também os que movem nações que querem garantias da manutenção de fornecimento dos bens essenciais necessários à manutenção de seu poderio econômico e militar, como é o caso dos Estados Unidos, que querem continuar explorando os recursos naturais de outros países sem preocupação com o povo que por lá habita.

Na constituição brasileira existe o reconhecimento da posse, que está subordinada ao domínio e à função social da coisa, ou seja, para que a posse se consubstancie, é necessário que haja a ocupação (domínio) e que sejam cumpridas as contraprestações à sociedade através da exploração em prol dos interesses sociais e do pagamento dos impostos e demais obrigações para com sua manutenção.

O PSDB parece não concordar com os princípios constitucionais da subordinação da posse. Em teoria uma ou mais empresas poderiam dispor plenamente dos recursos naturais do país, sem  regras que garantam a manutenção do meio ambiente, dos recursos naturais e do controle da produção para atendimento às necessidades da sociais e é apoiado pelos países, pelas empresas multinacionais e pelos principais meios de comunicação que têm interesse na exploração de nossos recursos naturais e de nosso povo.

Parabéns pela coerência.


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