sábado, 12 de setembro de 2009

O direito e o dever da informação. Existem limites?

Está na Folha de São Paulo de hoje: "Polícia Federal prepara ação de busca e apreensão em empreiteiras". E a reportagem prossegue informando onde serão realizadas tais buscas, que tiveram início há dois anos, com todo o aparato investigativo como mandatos judiciais, escutas telefônicas, rastreamento de documentos e demais artefatos que são colocados a serviço dos órgãos de investigação.








Com esta notícia, até eu, que não tenho nada a ver com isto, estou ciente desta investigação. As informações, segundo a reportagem, vazaram para alguns dos investigados. E agora que todos nós sabemos, é de domínio público. Esta ação jornalística de defesa dos interesses do público empreiteiro me faz lembrar a Satiagaha, que vazou para a Globo, uma empresa que sempre teve suas "fontes" no mais alto escalão dos órgãos públicos desde o tempo da ditadura, a quem servia e de quem se serviu (pelo que temos conhecimento). O diretor da Polícia Federal é o Luiz Fernando Correa que, como sabemos, no caso da Operação Satiagaha, deixou vazar para mesma repórter da Folha que hoje faz a publicação, Andréa Michael, informação providencial. Avisou que Dantas – como, agora, os donos das empreiteiras – que podia ir em cana.







Nem sempre a Folha tem informações tão precisas. Já publicou o câncer do Fidel, que não era câncer, a ficha falsa da Dilma como terrorista, que Aécio seria o vice de Serra. É interessante como, nas horas que convém, é, ao mesmo tempo, um jornal tão desinformativo e tão preciso nas suas informações.







Quando alguns meios de comunicação têm várias atividades ligadas à área de comunicação e expandem-se tornando-se monopolistas, passam a se constituir num poder paralelo, capaz de eleger e de cassar mandatos políticos. Mas esta intervenção destes meios seria gratuita? Pela publicação de hoje, vemos que não. Existem interesses milionários em jogo. Na Argentina, existe projeto que regula as comunicações. Na proposta há a proibição de um mesmo grupo empresarial concentrar atividades nos diferentes meios de comunicação – jornal, rádio, TV, revistas e internet, além da limitação ao número de emissoras de TV e rádio que cada grupo poderá manter. Os meios de comunicação brasileiros reagem a favor da "liberdade de imprensa" e continuam com uma linha de publicação que privelegia alguns e denigre a imagem de outros de acordo com seus interesses ou interesses de seus patrocinadores. 







Seria isso liberdade de imprensa ou a manipulação da opinião pública em favor de interesses privados?










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