Um conhecido meu, em plena crise da meia idade vê uma jovem se aproximar dele e se anima:
- Olha só que beleza... Uma gracinha... Esta noite vai render!
Ele, todo animado, vai de encontro à jovem, de seus 25 ou 26 anos. Quando se aproxima dela, recebe a pergunta à queima-roupa:
- Tio, por favor, poderia me dizer as horas?
Foi um banho de água fria. Sem graça, ele disse as horas e se afastou em silêncio. Uma situação ridícula que representa apenas uma fase da vida, onde o homem tenta recuperar algo que ficou incompleto na juventude. Nem todos são assim, mas uma grande parte tem este comportamento: se julga mais juvenil e sedutor do que realmente é. Normalmente se dedica a atividades físicas e cuida da aparência de forma obsessiva. Se vê como um garotão. Normalmente corre o risco de se apaixonar perdidamente como se fosse um dolescente.
Não sei se passei por esta fase. Se passei, fui muito sutil e não percebi. Hoje, eu e o meu amigo estamos em uma idade em que a autenticidade se faz presente e tomou lugar dos modismos, da preocupação com o que os outros estão pensando da gente.
Na maturidade os sentimentos são mais autenticos e nos preocupamos mais em estar felizes e confortáveis do que em agradar aos outros. A experiência faz com que dexemos de ser o sabichão de outrora e passamos a ter auto-confiança através do conhecimento de nossos limites físicos e intelectuais, sem submissão a modismos ou à imposição social. É a idade da autenticidade.
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