Existe uma campanha que ganha corpo: Desmatamento Zero. Pouco clara, a campanha angaria assinaturas para a defesa da flora e da fauna brasileiras a partir da não exploração de áreas florestais. À princípio sou a favor, mas existem alguns pontos a ponderar.
O Greeenpeace tem sua sede em Amsterdã, na Holanda, país que não conhece muito bem florestas, uma vez que fica nos Países Baixos, onde a flora não é constituída de florestas e os animais são completamente diferentes dos que conhecemos. O clima, embora relativamente ameno, e a topografia, não propiciam florestas muito exuberantes.
A sociedade brasileira, antes do país ter este nome e ser uma única nação, quando habitado pelos nativos hoje chamados índios, protegia a floresta, considerada uma divindade que originou a vida e a humanidade. Mas mesmo para estes habitantes originais, respeitadores da natureza e os primeiros adeptos do desenvolvimento sustentável, nunca existiu a idéia de desmatamento zero, pois mesmo para quem vive e protege as florestas, esta idéia é estapafúrdia.
Os primeiros habitantes de nosso território desmatavam uma área capaz de abrigar a aldeia e nela habitavam, explorando os recursos naturais, plantando e colhendo frutos da flora e fauna para seu sustento até que se esgotassem os recursos daquele território, ocasião em que o abandonavam para que se reconstituísse naturalmente, ocupando um outro território ainda inexplorado e com abundância de novos recursos.
Vemos que mesmo os indígenas, com todo o respeito que têm pela natureza e sustentabilidade, não praticavam o desmatamento zero. O verdadeiramente necessário, é o respeito à reconstituição natural dos recursos, o que só seria possível com a inexistência do direito individual à propriedade, que deveria pertencer à sociedade e não ao cidadão como nos primórdios de nosso território.
Nem mesmo os defensores do cooperativismo como forma de desenvolvimento sustentável defendem a idéia de desmatamento zero, sem pé nem cabeça, talvez ocultando interesses escusos de nações concorrentes. O cooperativismo como defesa da sustentabilidade, aliás, é uma ideia a ser considerada e melhor analisada.
Por isso não assino tal petição: é uma besteira sem tamanho, talvez ocultando interesses inconfessáveis.
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