quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Omissão ou má intenção?




¿Fue la corrupción, la Constituyente o intentos de cambios sociales lo que llevó al golpe? Lo sacamos a Zelaya por su izquierdismo y corrupción. El fue presidente, como liberal, como yo. Pero se hizo amigo de Daniel Ortega, Chávez, Correa, Evo Morales. Perdón… Se fue a la izquierda, puso toda gente comunista, nos preocupó.

O trecho acima pertence a uma entrevista do líder golpista Roberto Micheletti ao jornal argentino El Clarin em 30 de setembro último (clique aqui para ler a íntegra). Toda a mídia brasileira ignorou tal entrevista e segue afirmando que o golpe militar foi motivado pela intenção de promover um plebiscito que reformaria a constituição hondurenha propiciando sua reeleição. Como vemos acima, esta informação é mentirosa. Até antes da entrevista, poderíamos dizer que foi engano ou erro de interpretação. Mas agora é mentira.

Zelaya e sua família, têm um passado de latifundiários. Zelaya foi presidente de uma associação madeireira, diretor de banco e funcionário do Fundo de Investimentos de Honduras, com contatos com a cúpula do empresariado hondurenho. Obteve apoio político dos empresários e da oligarquia reinante em seu país.

É importante que se diga que o poder, em Honduras, se divide entre o Partido Liberal, pelo qual Zelaya foi eleito em 2005 e o Partido Nacional. Os dois partidos são semelhantes e dominados pela oligarquia há muito tempo. Honduras sempre foi conhecida pelo apoio incondicional aos Estados Unidos conhecido como o “porta-aviões dos yankees”, uma alusão ao apoio incondicional que o país deu às guerras sujas empreendidas pelo irmão forte do norte contra os irmãos raquíticos de cima e debaixo do Equador: a deposição de Jacobo Arbenz, na Guatemala, em 1954; bloqueio de Cuba, 1962; deposição de João Goulart, no Brasil, 1964; derrubada e morte de Salvador Allende, no Chile, 1973; invasão de Granada, 1983; invasão do Panamá, 1989; guerra dos “Contras”, na Nicarágua, 1983-1990; e outros conflitos que redundaram nas ditaduras militares latino-americanas nos anos 80.

Uma vez no poder, Zelaya iniciou uma política voltada para as causas sociais. Procurou diversas vezes Hugo Chaves, já que em seu próprio país não conseguiria apoio para as reformas que pretendia fazer. De tanto insistir, um dia conheceu Chaves e com ele fez amizade que lhe rendeu a entrada de Honduras na Alba – Alternativa Bolivariana para a América. Com isto, conseguiu a doação de 100 tratores para apoiar a produção campesina e aumentar a produtividade no campo; a ampliação das brigadas médicas cubanas e educativas para declarar, nos próximos 14 meses, que Honduras é livre de analfabetismo. Finalmente, o país se beneficiaria dos programas de independência energética e de programas de comunicação com potencialização do canal de televisão nacional hondurenho (canal oito) com programas educativos e culturais. Importante afirmar que tal apoio jamais seria conseguido com os Estados Unidos.

Este foi o seu crime: dedicar-se às causas sociais. Em Honduras isto é considerado crime. A chamada grande imprensa brasileira combate tais ações voltadas para a sociedade e por isso mesmo omite tais fatos, já que elas mesmas pertencem à oligarquia e aspiram, para a sua classe social, a tomada do poder, divulgando apenas os fatos que lhe convém tentando nos ludibriar.

Fiquem atentos e defendamos a todo o custo a democracia e as causas sociais impedindo a retomada do poder pela oligarquia que só visa o lucro fácil, desprezando nosso bom senso, e nossa sociedade, tentando apoderar-se das nossas riquezas para vendê-las por um preço muito baixo diante das necessidades de nosso povo.

O atual governo tem feito muitas concessões à oligarquia mas avançou um pouco. Devemos apoiar Zelaya na sua volta ao poder, para evitar novas tentativas na américa latina de golpes contra o povo e a democracia, mas temos que avançar nas nossas próprias conquistas elegendo democraticamente governantes alinhados com causas sociais para fazer do Brasil um grande país.

Fontes: El Clarín e Blog Café na Política de FC Leite Filho

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