Um dia, nas terras hoje chamada Brasil, existiu um povo diferente dos que aqui habitamos. Não utilizavam roupas, tinham uma religião baseada nos na natureza e nos antepassados (não necessáriamente nesta ordem) onde a floresta, os animais e os homens tinham a mesma origem e natureza e onde era necessário absoluto sincronismo entre os seres já que existia uma raiz fraterna e comum a todos.
O mais interessante era o regime social e político daqueles povos. Podemos dizer que eram anarquistas. E realmente eram. Não existia uma ordem hierárquica mas uma ordem social. O cacique, aliás morubixaba, não era o chefe da nação era apenas o líder comunitário e militar aceito que tinha mais deveres do que direitos e o pajé (paîé) era o líder espiritual e responsável pela saúde de toda a tribo. O princípio seguido por todos era o respeito à individualidade. Um índio não mandava no outro. Nunca. Cada ser tinha respeitada sua pessonalidade mas os indivíduos tinham o senso da responsabilidade social, que era uma característica cuntural intrínseca. O pior pesadelo para um membro da comunidade era não poder ser útil à sociedade na qual vivia. E o pior crime era não dividir as conquistas com a comunidade. Não que alguém criticasse: era caráter. Isto era sentimento passado dos pais para os filhos.
Havia um conselho que decidia as ações políticas gerais da sociedade: era o conselho de anciãos, edifício situado no centro da aldeia (taba) onde só os homens adultos entravam. Diga-se que o ancião era um dos mais respeitados pela comunidade. O ancião e a criança. As tarefas eram muito bem divididas, cabendo à mulher a guarda da casa, assim compreendidos o edifício (oka) e a plantação além da educação das crianças (kunumim). Ao homem cabia a extração das riquezas da floresta e a proteção da aldeia. Extremamente ciumentos para com os bens da comunidade, este sentimento comun substituia nossa ambição pessoal. Para eles não existia bem pessoal nem propriedade privada. Só o comunitário. Eram muito violentos e territoriais para com outros povos quando concorriam com eles ou os ameaçavam.
Que saudade daqueles tempos de liberdade e respeito!
(Extraido das conversas com meu querido e saudoso Orlando Vilas Boas)
Que belo texto, Erick. Aí chegou o homem "civilizado" e acabou com tudo isso, inclusive com o povo que aqui vivia feliz.
ResponderExcluirAbraços
nós acabamos com eles e ainda tiramos o pouco de terra que restou...será que um dia vamos aprender a ser solidário? espero que sim...valeu...fuiiii
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