Desta vez concordo con STF: não é necessário diploma para jornalistas e nem para o exercício de nenhuma outra profissão. A profissão vem da aptidão que qualquer um, independente da formação acadêmica que possua o indivíduo. É verdade que o conhecimento acadêmico acrescenta muito, torna o profissional mais técnico, fornece conhecimentos específicos que certamente acrescentarão muito à aptidão inata.
Se Jesus vivesse hoje, talvez não tivesse feito milagre algum, pois o CRM iria mover uma ação pelo exercício "ilegal" da profissão, independente dos resultados obtidos. Não tem diploma, não pode exercer atividade para a qual a pessoa tem aptidão. Eu, por exemplo, poderia fazer faculdade de medicina ou de engenharia e jamais seria um bom médico ou engenheiro pela simples razão que falta-me aptidão para estas atividades. Mas é lógico que, tendo aptidão, iria querer adquirir um maior conhecimento técnico e, sem dúvida alguma iria me aperfeiçoar na profissão para a qual tivesse aptidão.
As profissões não são feitas nas escolas. As escolas reunem técnicas e conhecimentos necessários para a formação acadêmica de uma profissão existente.
Por outo lado, de nada adianta cursar faculdades de primeira linha, fazer cursos de mestrado se não se tem aptidão para a atividade a ser exercida. Estamos cheios de exemplos de engenheiros que virraram suco, de médicos que se dedicam à política, de arquitetos que são músicos. Todos os casos estão ligados a uma escolha equivocada do curso, que nada tinha haver com a aptidão do sujeito que o cursou.
Não significa também dizer que sou contra as escolas e faculdades: conforme disse acima, estas têm a virtude de reunir conhecimentos técnicos e de formação geral necessárias ao exercício da atividade para a qual a pessoa tem aptidão. Assim, acredito que uma coisa nada tem haver com outra: escola é para o aperfeiçoamento técnico; profissão e arte já nescem com a pessoa.